Eduardo Bolsonaro defende ação militar dos EUA no Brasil: “Porta-aviões no Paranoá”

Atualizado em 18 de julho de 2025 às 8:07
O deputado Eduardo Bolsonaro – Foto: Reprodução

Eduardo Bolsonaro (PL-SP) voltou a realizar declarações absurdas, desta vez, durante transmissão ao vivo, disse que os Estados Unidos deveriam intimidar o Brasil com seu poderio militar.

Em tom de provocação, afirmou: “Está muito mais fácil o Brasil fazer uma intervenção, vamos lá, para usar a fala do Alexandre de Moraes, está muito mais fácil um porta-aviões chegar no lago Paranoá, se Deus quiser [vamos] chegar lá em breve, né? Do que vocês serem recebidos com o Alckmin nos Estados Unidos”.

A menção ao Lago Paranoá, em Brasília, é uma referência irônica ao comentário feito pelo próprio Moraes à revista The New Yorker, quando disse que, se os EUA mandassem um porta-aviões até o lago, aí sim haveria alguma influência sobre decisões do Supremo.

A fala de “bananinha” ocorre em meio a uma nova crise diplomática entre Brasil e EUA, após Donald Trump anunciar uma tarifa extra de 50% sobre produtos brasileiros, alegando perseguição judicial contra Jair Bolsonaro.

O mandatário americano publicou uma carta pedindo que o julgamento do ex-presidente fosse interrompido “imediatamente” e afirmou que Bolsonaro está sendo alvo de um “sistema injusto” e de “tratamento terrível” por parte do Judiciário.

Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, reagiu dizendo que “Judiciário e tarifas são coisas que não têm nenhum nexo”. Ele reforçou que decisões judiciais não devem ser usadas como justificativa para barreiras comerciais e que o governo brasileiro seguirá buscando diálogo com os EUA para reverter as medidas.

Mais cedo, em outro vídeo que repercutiu nas redes, o filho de Jair Bolsonaro atacou diretamente o ministro Alexandre de Moraes e o presidente Lula (PT).

Na ocasião, repetindo a retórica golpista, o parlamentar afirmou que “o negócio é o Alexandre de Moraes”, numa tentativa de acusar o STF de liderar uma suposta “ditadura brasileira”.

Chegou ao cúmulo de responsabilizar o ministro por todos os males do país, minimizando o papel de Lula, a quem ofendeu chamando de “bêbado agonizante”.

As falas de Eduardo não foram isoladas. Dias antes, seu irmão, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), também adotou discurso alarmante ao comentar as tarifas impostas por Trump. Em entrevista à CNN, Flávio comparou a medida econômica às bombas atômicas lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki na Segunda Guerra Mundial. Disse que o Brasil não está em “condições normais” para exigir nada dos EUA e sugeriu que, caso o país não se curve, “duas bombas atômicas podem cair aqui antes de qualquer anistia”.

O senador ainda alertou que a resistência do Brasil pode resultar em sanções pessoais a cidadãos brasileiros. A comparação com tragédias que mataram centenas de milhares de pessoas, usada como metáfora de submissão ao governo americano, evidencia o grau de delírio e servilismo da família Bolsonaro.