André Mendonça deve frustrar plano de bolsonaristas na trama golpista; entenda

Atualizado em 18 de julho de 2025 às 8:07
O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foto: Reprodução

O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), deve frustrar a estratégia de aliados de Jair Bolsonaro (PL) ao rejeitar uma ação apresentada pela defesa de um réu da trama golpista que busca barrar o andamento do processo, conforme a colunista Malu Gaspar, do Globo.

Mendonça já indicou a interlocutores que considera “incabível” o mandado de segurança protocolado pelo advogado Jeffrey Chiquini, representante do ex-assessor especial de Assuntos Internacionais Filipe Martins.

Isso porque a jurisprudência do STF já consolidou que não cabe esse tipo de ação contra decisão individual de um ministro do tribunal — neste caso, o relator Alexandre de Moraes.

Indicado por Bolsonaro e apontado como ministro conservador, André Mendonça é conhecido por sua postura crítica às investigações do 8 de Janeiro e por ser um tanto afastado da linha do ministro Moraes, o que gerou expectativa entre os bolsonaristas de que pudesse reverter decisões.

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Filipe Martins e seu advogado, Jeffrey Chiquini. Foto: Reprodução

“Núcleo 2”

Filipe Martins figura no “núcleo 2” da trama golpista, ao lado de outras cinco pessoas apontadas por gerenciar ações para manter Bolsonaro no poder e impedir a posse do presidente Lula (PT). Entre esses réus estão o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, e a ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça, Marília Ferreira de Alencar.

Na petição apresentada ao STF na sexta-feira (11), a defesa contesta o andamento “a toque de caixa” do processo, critica decisões de Moraes que negaram pedidos — como a oitiva de testemunhas — e questiona o “pouco tempo hábil” para análise das provas coletadas pela PF, o que configuraria “grave violação ao devido processo legal e à ampla defesa”.

Ao saber que Mendonça seria o relator, Chiquini comemorou no X: “O ministro André Mendonça tem a chance de mudar o curso do futuro do Brasil. Provavelmente, será a única oportunidade que ele terá de honrar o compromisso que assumiu com a nação: defender a Constituição e a correta aplicação da lei.”

Apesar das esperanças da defesa, a ofensiva é vista com ceticismo até por outros envolvidos no processo. Especialistas em Direito e advogados dos próprios réus apontam que a jurisprudência impede o uso desse instrumento legal contra ações de ministros.

“Eu acho improvável que ele tenha êxito”, comentou um advogado que atua no caso. “Zero chance”, reforçou outro da defesa.