
Nesta sexta-feira (18), o secretário de Estado do governo Trump, Marco Rubio, anunciou a revogação dos vistos americanos do ministro Alexandre de Moraes e de seus familiares. O comunicado foi feito por meio de post no X, onde Rubio afirmou que a suspensão também se estenderá a “aliados no tribunal”. A medida tem efeito imediato e faz parte de uma ofensiva dos Estados Unidos contra autoridades estrangeiras acusadas pelo governo Trump de censura.
Rubio alegou que Moraes conduz uma “caça às bruxas política” contra Jair Bolsonaro e que suas ações violam direitos fundamentais de brasileiros e americanos. “O presidente Trump deixou claro que seu governo responsabilizará estrangeiros responsáveis pela censura de expressão protegida nos Estados Unidos”, escreveu.
.@POTUS made clear that his administration will hold accountable foreign nationals who are responsible for censorship of protected expression in the United States. Brazilian Supreme Federal Court Justice Alexandre de Moraes's political witch hunt against Jair Bolsonaro created a…
— Secretary Marco Rubio (@SecRubio) July 18, 2025
O secretário, no entanto, não especificou quais ministros seriam afetados, nem detalhou os próximos passos da ordem.
A decisão ocorre no mesmo dia em que Moraes determinou que Bolsonaro passe a usar tornozeleira eletrônica, além de impor recolhimento domiciliar noturno e proibição de contato com diplomatas e outros investigados. A medida foi solicitada pela Procuradoria-Geral da República, que vê risco de fuga e tentativa de interferência internacional por parte do ex-presidente.
A crise diplomática entre Brasil e EUA se intensificou após o governo Trump anunciar uma tarifa adicional de 50% sobre produtos brasileiros. Lula classificou a decisão como “chantagem inaceitável”, enquanto aliados de Bolsonaro passaram a exigir que a revogação das tarifas seja condicionada à anistia de golpistas do 8 de Janeiro e de envolvidos na tentativa de impedir a posse de Lula em 2022.
A pressão por sanções contra Moraes já vinha sendo articulada por Eduardo Bolsonaro e aliados bolsonaristas nos Estados Unidos.
Eles acusam o ministro de censurar adversários políticos e defenderam, junto a congressistas e membros do governo Trump, o uso da Lei Magnitsky – que permite punições a estrangeiros por corrupção ou violação de direitos humanos – como base legal contra o magistrado brasileiro.