Suspensão de visto de Moraes se estenderá a “aliados no tribunal”, diz Marco Rubio

Atualizado em 18 de julho de 2025 às 21:23
Marco Rubio, secretário de Estado dos EUA – Foto: Reprodução

Nesta sexta-feira (18), o secretário de Estado do governo Trump, Marco Rubio, anunciou a revogação dos vistos americanos do ministro Alexandre de Moraes e de seus familiares. O comunicado foi feito por meio de post no X, onde Rubio afirmou que a suspensão também se estenderá a “aliados no tribunal”. A medida tem efeito imediato e faz parte de uma ofensiva dos Estados Unidos contra autoridades estrangeiras acusadas pelo governo Trump de censura.

Rubio alegou que Moraes conduz uma “caça às bruxas política” contra Jair Bolsonaro e que suas ações violam direitos fundamentais de brasileiros e americanos. “O presidente Trump deixou claro que seu governo responsabilizará estrangeiros responsáveis pela censura de expressão protegida nos Estados Unidos”, escreveu.

O secretário, no entanto, não especificou quais ministros seriam afetados, nem detalhou os próximos passos da ordem.

A decisão ocorre no mesmo dia em que Moraes determinou que Bolsonaro passe a usar tornozeleira eletrônica, além de impor recolhimento domiciliar noturno e proibição de contato com diplomatas e outros investigados. A medida foi solicitada pela Procuradoria-Geral da República, que vê risco de fuga e tentativa de interferência internacional por parte do ex-presidente.

A crise diplomática entre Brasil e EUA se intensificou após o governo Trump anunciar uma tarifa adicional de 50% sobre produtos brasileiros. Lula classificou a decisão como “chantagem inaceitável”, enquanto aliados de Bolsonaro passaram a exigir que a revogação das tarifas seja condicionada à anistia de golpistas do 8 de Janeiro e de envolvidos na tentativa de impedir a posse de Lula em 2022.

A pressão por sanções contra Moraes já vinha sendo articulada por Eduardo Bolsonaro e aliados bolsonaristas nos Estados Unidos.

Eles acusam o ministro de censurar adversários políticos e defenderam, junto a congressistas e membros do governo Trump, o uso da Lei Magnitsky – que permite punições a estrangeiros por corrupção ou violação de direitos humanos – como base legal contra o magistrado brasileiro.