PF conclui perícia de pen drive encontrado no banheiro de Bolsonaro

Atualizado em 19 de julho de 2025 às 0:23
O ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução

A Polícia Federal concluiu a perícia do pen drive encontrado no banheiro da casa de Jair Bolsonaro, durante operação autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O laudo do material foi finalizado nesta sexta-feira (18) e será encaminhado aos responsáveis pela investigação na próxima segunda-feira. O conteúdo extraído do dispositivo segue sob sigilo, mas reforça a expectativa em torno do que pode ser revelado sobre as articulações antidemocráticas do ex-presidente.

Além do pen drive, a PF apreendeu o celular pessoal de Bolsonaro, US$ 14 mil e R$ 8 mil em dinheiro vivo, evidências que ampliam o alcance das investigações sobre o esquema golpista que buscava subverter o resultado das eleições de 2022. A apreensão do dispositivo e de outros itens ocorreu durante os mandados de busca e apreensão cumpridos na residência do ex-presidente, no âmbito do processo que investiga tentativa de golpe de Estado.

Bolsonaro tentou minimizar a importância do pen drive e afirmou que “nunca mexeu com pen drive na minha vida toda”. Em declaração à imprensa, disse ainda que não chegou a perguntar à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro se o objeto poderia ser dela. O ex-presidente relatou que o dispositivo foi encontrado por uma agente da PF que pediu para usar o banheiro e, ao retornar, teria informado sobre o achado.

Com a revelação do episódio, Bolsonaro tenta se desvencilhar de mais um elemento que o coloca no centro de investigações que comprometem sua narrativa de inocência. A descoberta do pen drive, associada à apreensão de valores em espécie, aumenta as suspeitas sobre a existência de documentos ou arquivos comprometedores ocultados pelo ex-presidente ou por seus aliados próximos.

O caso se soma às medidas cautelares já impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, que determinou o uso de tornozeleira eletrônica por Bolsonaro, o recolhimento domiciliar noturno e aos finais de semana, além da proibição de comunicação com investigados e uso de redes sociais. As restrições visam conter possíveis tentativas de obstrução da Justiça e garantir a integridade das investigações em curso.

O avanço das apurações evidencia o cerco jurídico que se fecha sobre Bolsonaro e seu círculo político. As ações do STF e da Polícia Federal reafirmam o compromisso das instituições democráticas brasileiras com a responsabilização de quem atentou contra a ordem democrática, reforçando que, mesmo ex-presidentes, não estão acima da lei.