A única saída para Eduardo Bolsonaro no tarifaço, segundo petistas

Atualizado em 21 de julho de 2025 às 13:17
O deputado licenciado Eduardo Bolsonaro. Foto: Divulgação

Envolvido até os últimos detalhes no impasse do tarifaço imposto pelo presidente dos EUA, Donald Trump, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro enfrenta uma série de obstáculos para se consolidar como o nome da direita nas eleições presidenciais de 2026, de acordo com lideranças do PT que conversaram com o colunista Igor Gadelha, do Metrópoles.

Para se viabilizar politicamente, na avaliação dos petistas, o filho “03” de Jair Bolsonaro teria uma “única saída”: demonstrar aos brasileiros que foi ele quem conseguiu reverter a tarifa de 50% sobre as importações do país imposta pelos Estados Unidos.

Se conseguir reverter o tarifaço, o deputado ganhará credibilidade como uma figura influente na política externa, mostrando que possui poder de interlocução com a Casa Branca. Isso, segundo os petistas, poderia impulsionar sua carreira política na direita, independentemente de conseguir ou não a anistia para os envolvidos nos ataques de 8 de janeiro, o que também poderia fortalecer sua imagem.

A análise de membros do PT, porém, é de que a solução para o tarifaço virá pelas vias diplomáticas tradicionais, principalmente com o envolvimento do Itamaraty e do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que também atua como ministro da Indústria e Comércio.

De acordo com esses aliados, a expectativa é de que a negociação com os Estados Unidos se resolva por meios oficiais e diplomáticos, sem depender diretamente da articulação de Eduardo. Ele está nos EUA desde março deste ano, quando pediu licença do mandato para articular sanções do governo Trump contra o ministro do STF Alexandre de Moraes.

Donald Trump cumprimentando Eduardo Bolsonaro. Foto: Divulgação

A estratégia do deputado tem sido focada em fortalecer sua ligação com a administração americana, embora sua permanência nos EUA tenha gerado controvérsias. Eduardo e Paulo Figueiredo têm assumido a “responsabilidade” pelas conversas com a Casa Branca que resultaram na imposição das tarifas às importações brasileiras.

Ambos afirmam que a única forma de reverter o tarifaço seria por meio de uma anistia “ampla, geral e irrestrita”, além do impeachment de Moraes, algo que, para eles, representa a solução para os problemas que se arrastam desde as sanções.

Apesar dessas afirmações, a visão dentro do PT é de que Eduardo tem apostado em um movimento mais político do que diplomático, buscando fortalecer sua imagem em um cenário de polarização. Para os petistas, a tentativa de liderar negociações com os Estados Unidos sem a mediação do governo brasileiro é um erro estratégico que pode acabar isolando o deputado dentro de um processo diplomático já fragilizado.

Nos bastidores, o movimento de Eduardo também é visto como uma tentativa de manter a relevância dentro do campo da direita, uma vez que figuras como Tarcísio de Freitas (Republicanos) ganham força como opções para 2026. No entanto, mesmo com o apoio de aliados nos Estados Unidos, a falta de uma rede de apoio sólida dentro do Brasil pode prejudicar seus planos.