Em meio a guerras, EUA armazenam armas nucleares em ilha britânica

Atualizado em 21 de julho de 2025 às 18:26
Bombas produzidas pelos EUA. Foto: Phylicia Nordyke

Pela primeira vez em 17 anos, os Estados Unidos transferiram bombas nucleares para o Reino Unido, marcando uma mudança significativa na estratégia militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) na Europa, segundo informações publicadas pelo UK Defense Journal. Fontes indicam que ogivas termonucleares B61-12 foram enviadas para a base aérea de Lakenheath, em Suffolk, operada pela Força Aérea Real britânica.

“O retorno de tais armas representaria uma mudança significativa na postura nuclear da OTAN no teatro europeu em meio à deterioração das relações com a Rússia e maior ênfase na dissuasão”, destacou o veículo.

As bombas teriam sido transportadas do centro de armazenamento nuclear da Força Aérea dos EUA na base de Kirtland para uma instalação recém-construída no Reino Unido.

A base de Lakenheath já abrigou armas nucleares americanas durante a Guerra Fria, mas a última remoção conhecida ocorreu em 2008, como parte de um acordo de redução de armamentos na Europa. Nem a Força Aérea dos EUA nem o governo britânico confirmaram oficialmente o movimento, que ocorre em um momento de crescente tensão entre a OTAN e a Rússia.

Bandeiras dos países membros da Otan. Foto: Pascal Rossignol.

Nos últimos anos, Moscou tem criticado o que chama de “atividades sem precedentes” da aliança militar próximo às suas fronteiras. A OTAN, por sua vez, justifica suas ações como uma medida de “dissuasão contra a agressão russa”.

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia afirmou que o país permanece aberto ao diálogo, mas exige que o Ocidente abandone a política de militarização da região.

“O Kremlin observou que a Rússia não ameaça ninguém, mas não ignorará ações potencialmente perigosas para seus interesses”, ressaltou o jornal. A movimentação das ogivas B61-12, consideradas armas de precisão modernizadas, reflete uma escalada na postura defensiva da OTAN diante do conflito na Ucrânia e de outras disputas geopolíticas com Moscou.