
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o bloqueio das contas bancárias e de transações via Pix do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). A decisão faz parte das investigações que apuram coação no curso do processo em que o parlamentar e seu pai, Jair Bolsonaro, são investigados por articulações com o governo dos Estados Unidos para pressionar ministros da Corte. O próprio Eduardo confirmou o bloqueio ao tentar realizar operações financeiras nesta segunda-feira (21).
“Esse bloqueio já era esperado. É um passo natural de ditadura. Tentativa de asfixia financeira como forma de chantagem”, disse Eduardo ao Metrópoles.
Além do bloqueio financeiro, Eduardo Bolsonaro está proibido por determinação do STF de manter contato com Jair Bolsonaro. A decisão foi tomada no âmbito da investigação que apura a coação de autoridades brasileiras e o financiamento de ações internacionais para desgastar o Judiciário. Jair Bolsonaro já admitiu ter enviado dinheiro via Pix para o filho se manter nos Estados Unidos.

Na semana passada, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, anunciou a revogação dos vistos de Alexandre de Moraes, de seus aliados no Supremo e de familiares. Rubio justificou a medida como resposta à “política de caça às bruxas” que, segundo ele, o ministro brasileiro estaria promovendo contra Jair Bolsonaro e aliados. A revogação agravou ainda mais o ambiente de confronto entre bolsonaristas e o STF.
Apesar das restrições, Eduardo Bolsonaro reafirmou sua intenção de continuar pressionando por sanções internacionais contra o Supremo Tribunal Federal. O deputado, que teve sua licença parlamentar encerrada recentemente, afirmou estar pronto para enfrentar as consequências de suas ações e manter a ofensiva política, mesmo diante das limitações impostas pelo Judiciário.
O caso envolvendo Eduardo e Jair Bolsonaro se insere em um contexto mais amplo de investigações sobre tentativa de golpe de Estado e ações para enfraquecer instituições democráticas no Brasil. Moraes, relator do inquérito no STF, já determinou uma série de medidas contra aliados do ex-presidente, incluindo monitoramento de comunicações, bloqueios financeiros e restrições de movimentação.