Sob pena de prisão, Moraes dá 24 horas para Bolsonaro explicar ida à Câmara e entrevista

Atualizado em 21 de julho de 2025 às 21:10
Bolsonaro e Alexandre de Moraes, ministro do STF. Foto: Reprodução

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu um prazo de 24 horas para que a defesa de Jair Bolsonaro explique o descumprimento das restrições impostas ao ex-presidente.

A medida foi tomada após o ex-chefe de Estado ter sido flagrado exibindo sua tornozeleira eletrônica e fazendo declarações públicas, o que, segundo o magistrado, configura uma violação das ordens judiciais impostas a ele. O ministro alertou que o descumprimento pode levar à sua prisão imediata.

Bolsonaro esteve na Câmara dos Deputados e, diante de apoiadores, exibiu a tornozeleira. Em tom de desafio, classificou a medida como “covardia” e uma “humilhação”.

“Não roubei os cofres públicos, não desviei recurso público, não matei ninguém, não trafiquei ninguém. Isso aqui é um símbolo da máxima humilhação em nosso país. Uma pessoa inocente. Covardia o que estão fazendo com um ex-presidente da República. Nós vamos enfrentar a tudo e a todos. O que vale para mim é a lei de Deus”, declarou.

Moraes ressaltou que a medida cautelar imposta ao ex-presidente proíbe o uso de redes sociais, inclusive por meio de terceiros. O ministro afirmou que essa atitude é uma tentativa de burlar as restrições, o que pode resultar na revogação da medida e na decretação da prisão.

Desde sexta-feira (18), Bolsonaro está usando tornozeleira eletrônica e está sujeito a recolhimento domiciliar noturno. Ele também está proibido de se comunicar com seu filho, Eduardo, além de estar restrito a qualquer tipo de contato com diplomatas estrangeiros ou com representações diplomáticas de outros países.

As restrições impostas fazem parte de uma investigação mais ampla, que inclui a articulação do ex-presidente com seu filho Eduardo na imposição da tarifa adicional de 50% anunciada por Donald Trump aos produtos brasileiros importados pelos EUA.

As medidas também foram tomadas devido ao risco de fuga do ex-presidente, que é réu na ação relacionada à tentativa de golpe de Estado.