
Lideranças bolsonaristas já discutem, nos bastidores, pedir ao governo de Donald Trump a revogação do visto do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), como forma de retaliação, assim como ocorreu com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), conforme informações do colunista Igor Gadelha, do Metrópoles.
A ameaça surge após Motta entrar na mira do grupo por não ter pautado o projeto de anistia aos condenados do 8 de Janeiro antes do recesso parlamentar — promessa atribuída a ele, mas jamais confirmada publicamente.
A tensão aumentou depois que o deputado negou o pedido da oposição para suspender o recesso diante das medidas cautelares impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“O Hugo não foi subserviente aos acordos com o PL. Agora, quem sabe será ao Trump? Até porque ele não teve o visto suspenso ainda”, declarou uma liderança próxima do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), em tom de ameaça.
Motta ignorado
Mesmo com a negativa da presidência da Câmara, bolsonaristas convocaram sessões de duas comissões controladas pelo grupo: Segurança Pública e Relações Exteriores. As pautas incluem moções de repúdio às decisões do STF e de apoio ao ex-presidente.
Deputados do PL ainda se reuniram na última segunda-feira (21) na Câmara. Bolsonaro também apareceu por lá, exibiu a tornozeleira eletrônica, que passou a usar por ordem do STF, e chamou a medida de “covardia” e “humilhação”.
Ele mostrou. Olha aí a tornozeleira do Bolsonaro. pic.twitter.com/rWtQtBfHW8
— GugaNoblat (@GugaNoblat) July 21, 2025
Mesmo proibido de usar redes sociais e sujeito a medidas cautelares, o ex-capitão é aguardado nesta terça-feira (22) nesses atos organizados por aliados na Câmara. A quebra da medida cautelar pode levar à sua prisão imediata.
O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), telefonou para Motta no sábado (19) para informá-lo da decisão de convocar as comissões, desafiando a orientação oficial. “Falei com ele (Motta) no sábado. Só comuniquei nossas decisões. Ele ouviu e agradeceu a comunicação”, relatou o deputado.