Suplente de Alcolumbre é alvo de operação da PF por fraude e desvios em licitações

Atualizado em 22 de julho de 2025 às 12:22
Breno Chaves Pinto, o senador Davi Alcolumbre (União-AP) e Josiel Alcolumbre, irmão do presidente do Senado. Foto: Reprodução

Breno Chaves Pinto, suplente do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), foi alvo de mandado de busca e apreensão da Polícia Federal na manhã desta terça-feira (22), no Amapá.

Empresário do setor de infraestrutura, ele é investigado por suspeita de fraudes em licitações e desvio de recursos públicos em contratos do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), ligados à manutenção da rodovia BR-156.

Segundo a PF e a CGU (Controladoria-Geral da União), o esquema envolvia a montagem de certames com cláusulas restritivas e propostas fictícias para simular concorrência. O contrato mais recente e de maior valor da empresa de Chaves Pinto, a LB Construções, é de R$ 268 milhões, assinado no fim de 2023 para obras na BR-156.

A investigação aponta indícios de que o grupo criminoso atuava com o apoio de empresas ligadas ao empresário, entre elas a Construtora e Reflorestadora Rio Pedreira.

Foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão em quatro estados: seis no Amapá, três em Minas Gerais, um no Mato Grosso do Sul e um no Amazonas. A Justiça também determinou o bloqueio de R$ 8 milhões dos investigados.

Na casa de Breno Chaves, no Amapá, a PF apreendeu três pistolas, um fuzil e 250 munições. Em Nova Lima (MG), foram recolhidos três veículos da marca Porsche, relógios de luxo, joias e 13 obras de arte, incluindo quadros de Portinari e Guignard.

Porsches apreendidos em operação da PF e CGU sobre desvios no Dnit
Porsches apreendidos em operação da PF e CGU sobre desvios no Dnit em Nova Lima (MG). Foto: Reprodução

Em nota, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, afirmou que “não possui qualquer relação com as empresas citadas na operação, nem com a atuação empresarial do seu segundo suplente”. Ele acrescentou: “Alcolumbre reitera seu respeito às instituições e entende que todos os envolvidos devem prestar os devidos esclarecimentos à Justiça, respeitado o devido processo legal.”

De acordo com os registros oficiais, as empresas de Breno Chaves Pinto acumulam contratos que somam R$ 1,4 bilhão com o poder público. Grande parte desses recursos é proveniente de emendas parlamentares encaminhadas por Alcolumbre ao Amapá.