Indiciado e com prisão decretada, Oruam se entrega à polícia no RJ

Atualizado em 22 de julho de 2025 às 20:40
Oruam se entrega à polícia — Foto: Kleyton Cintra/TV Globo

O rapper Oruam, nome artístico de Mauro Davi Nepomuceno dos Santos, se entregou à polícia após ser acusado de ligação com o Comando Vermelho e de participação em um confronto com agentes durante operação no bairro do Joá, Zona Oeste do Rio. A entrega ocorreu dias após a Justiça decretar sua prisão preventiva por sete crimes, entre eles tráfico de drogas, associação ao tráfico, resistência qualificada, desacato e dano ao patrimônio público.

Oruam se apresentou na Cidade da Polícia, acompanhado da mãe e da namorada. Antes de se entregar, publicou um vídeo nas redes sociais admitindo erros, mas negando ser bandido e prometendo “dar a volta por cima, tropa” por meio da música. O cantor também relatou que se refugiou no Complexo da Penha, um dos redutos do Comando Vermelho, e que sua casa havia sido cercada por dezenas de viaturas.

A ação policial que resultou na decretação da prisão preventiva de Oruam foi desencadeada após informações de que um adolescente, conhecido como Menor Piu, estaria escondido na residência do cantor. O jovem é apontado como segurança do traficante Doca, chefe do CV no Complexo da Penha. Ao tentar cumprir o mandado, os policiais foram hostilizados por Oruam e aliados, que lançaram pedras contra a viatura e feriram um agente.

Durante o confronto, o rapper insultou diretamente o delegado Moysés Santana, da Delegacia de Repressão a Entorpecentes, que já havia prendido Oruam em fevereiro. “Tu é c*zão! Filha da puta! Tá tudo gravado!”, gritou o cantor, conforme vídeo divulgado. A polícia prendeu um dos agressores em flagrante, mas o adolescente conseguiu fugir, se entregando posteriormente.

O secretário de Polícia Civil do RJ, Felipe Curi, classificou Oruam como “marginal faccionado”, reiterando que o cantor mantém ligação direta com o Comando Vermelho. O artista, filho de Marcinho VP, chefão do CV preso em presídio federal, ostenta tatuagens em homenagem ao pai e a Elias Maluco, outro traficante condenado.

Até o momento, a defesa de Oruam não se manifestou oficialmente sobre as acusações. O rapper segue preso e o caso permanece sob investigação da Polícia Civil, que sustenta que a casa do cantor era usada como ponto de encontro de criminosos e foragidos.