
O Supremo Tribunal Federal compartilhou em seu perfil oficial no X (antigo Twitter) uma entrevista com o cientista político Steven Levitsky, professor de Harvard e coautor do livro “Como as Democracias Morrem”. Na declaração, Levitsky afirmou que o Brasil tem atualmente um sistema mais democrático que os Estados Unidos. A entrevista foi concedida à BBC e publicada nesta terça-feira (22).
“Hoje o Brasil é um sistema mais democrático do que os Estados Unidos. Esse pode não ser o caso daqui a um ano, mas hoje as instituições brasileiras estão funcionando melhor”, declarou Levitsky. A fala ocorre em meio ao aumento das tensões diplomáticas entre o Brasil e o governo de Donald Trump, que impôs tarifas a produtos brasileiros e revogou vistos de ministros do STF.
A manifestação do Supremo, que raramente compartilha conteúdos externos, foi vista como uma resposta institucional aos ataques recentes vindos do exterior, especialmente da administração Trump. O ex-presidente dos EUA tem usado as investigações contra Jair Bolsonaro como justificativa para ações diplomáticas e comerciais contra o Brasil.

Na entrevista, Levitsky, conhecido por estudar o enfraquecimento das democracias modernas, comparou o caso norte-americano com outros exemplos históricos de erosão institucional. Ele sugeriu que líderes como Trump representam uma ameaça à estabilidade política, e que países com instituições sólidas, como o Brasil no momento atual, conseguem resistir melhor a esse tipo de pressão.
O trecho destacado pelo STF menciona que aqueles que enfrentam intimidação e ameaças por parte de figuras como Trump têm mais chances de sucesso em negociações internacionais. A mensagem foi interpretada como um apoio indireto à posição adotada pelo Supremo em defesa de sua autonomia e contra interferências externas.
A repercussão acontece enquanto o Judiciário brasileiro lida com pressão de aliados de Bolsonaro e ataques constantes de setores da extrema direita. A publicação da entrevista, nesse contexto, reafirma a confiança da Corte em sua atuação e no funcionamento das instituições democráticas do país.