O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez duras críticas ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nesta sexta-feira (25), durante um discurso em Osasco (SP), no lançamento do programa Periferia Viva. O presidente reagiu às recentes movimentações do parlamentar junto ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, relacionadas às novas tarifas impostas pelos EUA a produtos brasileiros.
Lula acusou Eduardo de pressionar o governo norte-americano para condicionar a retirada das barreiras comerciais a uma eventual anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro e aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. O presidente classificou o gesto como uma traição ao país, afirmando que os bolsonaristas estão colocando os interesses familiares acima da soberania nacional.
“Estão agora agarrados nas botas do presidente dos Estados Unidos pedindo pra ele fazer intervenção no Brasil. Numa total falta de patriotismo!”, disse Lula em tom enérgico. Ele também disparou: “Junta a falta de patriotismo com ser vergonhice, com traição. Estão pedindo para o presidente dos Estados Unidos aumentar a taxa das coisas que nós vendemos para eles para poder libertar o pai. Ou seja, trocando o Brasil pelo pai.”
“Isso é pior que Silvério dos Reis: a falta de patriotismo com sem-vergonhice!”
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Em 2026 não vote em candidato da direita: a vítima será toda a sociedade! pic.twitter.com/Rhh33TlGM3— Tovarich Zeza Golovov – Régis Paiva🛠🚩 (@Zeza_golovov) July 25, 2025
O petista ainda comparou Eduardo Bolsonaro ao traidor Silvério dos Reis, delator de Tiradentes durante a Inconfidência Mineira. “Que patriota que é esse? Isso é pior do que Silvério dos Reis”, afirmou Lula, arrancando aplausos da plateia no evento.
A crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos se intensificou após o anúncio das novas tarifas comerciais, que afetam setores importantes da economia brasileira. Enquanto Lula busca negociações institucionais, figuras ligadas à família Bolsonaro têm feito articulações políticas nos bastidores.
Eduardo Bolsonaro e Donald Trump têm defendido publicamente que a revisão das tarifas só ocorra com a anistia a Jair Bolsonaro, que é alvo de investigações por envolvimento nos atos de 8 de janeiro. A tentativa de atrelar a política externa aos interesses pessoais da família gerou reações negativas no governo e entre aliados de Lula.
O presidente deixou claro que não pretende ceder a pressões externas ou internas em troca da soberania nacional. “Eles querem que eu troque o Brasil por um acordo de impunidade. Isso não vai acontecer”, afirmou Lula.