Justiça da França rebate ataques dos EUA por causa de investigação do X

Atualizado em 26 de julho de 2025 às 22:49
Elon Musk e o logo do X. Foto: Reprodução

Um órgão do Departamento de Estado dos EUA acusou um “promotor militante francês” de ter “classificado o X como um ‘grupo criminoso organizado’”. A rede social pertence a Elon Musk, que rompeu com o presidente americano após ter sido seu aliado próximo.

“Como parte de uma investigação criminal, um promotor militante francês está exigindo informações sobre o algoritmo proprietário do X e classificou a plataforma como um ‘grupo criminoso organizado’”, afirmou um órgão do Departamento de Estado americano em publicação na própria rede.

“Governos democráticos devem permitir que todas as vozes sejam ouvidas, e não silenciar os discursos que desaprovam”, declarou o Escritório de Direitos Humanos, Democracia e Trabalho, acrescentando que “os Estados Unidos defenderão a liberdade de expressão de todos os americanos contra atos de censura estrangeira”.

O Ministério Público de Paris nega ter classificado o X como um “grupo criminoso organizado”. A investigação foi aberta no dia 9 de julho, após diversas denúncias acusarem a empresa do bilionário de extrema direita de manipular o algoritmo de recomendação da plataforma para favorecer ingerência estrangeira.

O MP confirmou ter “oficialmente requisitado à empresa X a entrega do algoritmo (e não o acesso a dados privados), para que a gendarmaria realizasse a verificação técnica dos primeiros indícios”, e informou, em 21 de
julho, que ainda não recebeu resposta oficial da empresa.

“A França é um Estado de direito. Os magistrados atuam com total independência, no âmbito das leis da República. Questionar sua imparcialidade do exterior não é aceitável. O respeito aos procedimentos legais não é negociável”, rebateu o Ministério da Justiça francês.

O próprio X chegou a afirmar que publicaria o código de seu algoritmo de recomendação em formato open source, para ser acessível a todos — o que não ocorreu, segundo o site Frandroid.

Desde que voltou à presidência, Donald Trump, assim como o vice-presidente J.D. Vance e o secretário de Estado Marco Rubio, tem criticado o que considera ameaças à liberdade de expressão na Europa. No entanto, o próprio presidente adotou medidas que restringem liberdades nos Estados Unidos para favorecer suas posições políticas.

No Brasil, Trump tem atacado o STF, especialmente o ministro Alexandre de Moraes, chantageando o país com o tarifaço em nome de seu aliado Jair Bolsonaro.