Os bolsonaristas que romperam as tornozeleiras eletrônicas e que seguem foragidos

Atualizado em 26 de julho de 2025 às 23:59
Bolsonaro mostrando a tornozeleira. Foto: VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES

Após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passou a usar tornozeleira eletrônica como parte de um conjunto de medidas cautelares. Após a decisão, voltaram à tona casos de outros presos pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, muitos dos quais também violaram as regras de monitoramento eletrônico e chegaram a ser considerados foragidos.

Entre os casos, está o de Paulo Augusto Bufarah, preso em junho após romper a tornozeleira e fugir para a Argentina. Outros envolvidos nos atos antidemocráticos, como a advogada Edith Christina e o blogueiro Marinaldo Adriano Lima, também retiraram seus dispositivos e seguem foragidos. Há ainda denúncias de falhas técnicas, como no caso de Vitório Campos da Silva, acusado de depredar o gabinete da primeira-dama Janja da Silva.

A própria Polícia Militar do DF teve oficiais enquadrados. O ex-comandante Klepter Rosa Gonçalves deixou de usar a tornozeleira em abril e só justificou o fato dois meses depois, alegando problema de carregamento. Situações semelhantes foram relatadas pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, envolvendo quatro pessoas monitoradas que desapareceram do sistema.

Bolsonaro. Foto: Samuel Reis

As restrições a Bolsonaro foram impostas após operação da Polícia Federal autorizada pelo STF, que apura a tentativa de golpe após a derrota eleitoral de 2022. A PF afirma que o ex-presidente e seu filho Eduardo Bolsonaro atuaram para interferir no andamento da Ação Penal 2.668/DF, inclusive pressionando pela anistia dos presos do 8 de Janeiro.

Segundo as investigações, Eduardo Bolsonaro, atualmente licenciado e nos Estados Unidos, teria feito articulações políticas no exterior para pressionar pela revogação de tarifas impostas por Donald Trump ao Brasil. A PF sustenta que o compromisso da extrema direita brasileira com os golpistas está sendo usado como moeda de barganha internacional.

Além da tornozeleira, Bolsonaro está proibido de usar redes sociais, manter contato com o filho Eduardo, se comunicar com embaixadores e outros réus, e deve permanecer em casa à noite e nos fins de semana. A medida busca impedir novos atos de desinformação e articulação política contra a democracia.