Saiba a estratégia do PT nos estados para 2026

Atualizado em 27 de julho de 2025 às 13:41
Eleitores petistas em Brasília. Foto: Reprodução

O PT deve lançar, em 2026, o menor número de candidatos a governador de sua história. A decisão estratégica visa garantir palanques robustos à tentativa de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ampliar as chances de vitória em disputas ao Senado. Com base em alianças com partidos de centro, como MDB, PSD e PSB, a sigla pretende reduzir riscos e conter o avanço do bolsonarismo, sobretudo nos estados mais conservadores. Com informações do Globo.

Apenas três governadores petistas devem buscar a reeleição: Elmano de Freitas (CE), Jerônimo Rodrigues (BA) e Rafael Fonteles (PI). Em outras regiões, o partido deve abrir mão de lançar nomes próprios para apoiar aliados estratégicos. Estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste poderão ficar sem candidatos petistas, numa tentativa de evitar derrotas e fortalecer a candidatura de Lula.

Os governadores petistas: Eumano de Freitas (CE), Jerônimo Rodrigues (BA) e Rafael Fonteles (PI). Fotomontagem

A cúpula petista já considera certos os apoios a figuras como Renan Filho (MDB-AL), Helder Barbalho (Pará), Omar Aziz (AM) e Eduardo Paes (RJ), todos com força local e possibilidade de atrair setores de centro não alinhados ao bolsonarismo. Em São Paulo, Lula estuda apoiar Alckmin ou Márcio França (PSB), enquanto em Minas Gerais cresce a pressão para que Rodrigo Pacheco (PSD) assuma uma candidatura ao governo.

A preocupação maior recai sobre o Senado. A renovação de dois terços da Casa em 2026 pode resultar em uma bancada majoritária de aliados de Jair Bolsonaro, o que dificultaria não apenas o governo Lula, mas também a resistência institucional ao avanço autoritário da extrema direita. O ex-presidente já declarou que quer ampliar a bancada do PL para ao menos 20 senadores.

O pragmatismo também avança nos estados bolsonaristas. Em Santa Catarina e Paraná, o PT ainda busca alianças viáveis. Em Mato Grosso, o partido estuda apoiar o senador Carlos Fávaro (PSD) e nomes de outras legendas. No Rio Grande do Norte, a ausência de um nome forte para suceder Fátima Bezerra (PT) gera apreensão: o bolsonarista Rogério Marinho é visto como favorito.

A estratégia do PT é clara: reduzir o número de candidaturas próprias, ampliar alianças com forças moderadas e garantir um Congresso menos hostil. O objetivo central é viabilizar a reeleição de Lula e impedir que o bolsonarismo conquiste hegemonia política em 2026, especialmente no Senado, onde tramita qualquer pedido de impeachment contra ministros do STF.