
O ex-diretor de humor da Globo Marcius Melhem e o jornalista Ricardo Feltrin tornaram-se réus em processo por violência psicológica e perseguição contra quatro mulheres, incluindo a atriz e comediante Dani Calabresa. A decisão da juíza Juliana Benevides, da 1ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, marca novo capítulo no caso que se arrasta desde 2020, quando Melhem foi acusado de assédio sexual por colegas de trabalho.
As acusadoras afirmam que Melhem e Feltrin promoveram “comentários públicos constrangedores e desqualificadores das vítimas e testemunhas”, o que teria motivado uma enxurrada de mensagens de ódio contra elas nas redes sociais.
O caso, que tramita em segredo de justiça, foi remetido de São Paulo para o Rio, onde obteve prosseguimento após ação semelhante ter sido arquivada anteriormente na capital fluminense.

Em nota, a defesa de Melhem sustentou que os fatos em questão já foram examinados e arquivados por outra instância judicial, mantendo a convicção na absolvição do humorista. Feltrin, por sua vez, qualificou a acusação como “tentativa de censura”, alegando que as denúncias foram articuladas entre as mulheres e questionando a decisão unilateral da magistrada.
O processo se desdobra em duas frentes distintas: as acusações originais de assédio sexual contra Melhem, com audiência marcada para agosto, e o atual litígio por violência psicológica e perseguição. No caso arquivado no Rio, a promotora Fabíola Lovis concluiu que os 132 vídeos publicados por Melhem em suas redes sociais tinham natureza estritamente defensiva.
Um laudo assinado por quatro peritas do Ministério Público apontou supostas inconsistências e indícios de “combinação” nos relatos das acusadoras, decisão que se tornou definitiva após esgotados os recursos.
Paralelamente, o setor de compliance da Globo informou ao Ministério Público do Trabalho que as alegações de assédio sexual contra Melhem não encontraram comprovação. O caso envolvendo Dani Calabresa prescreveu, mas outras denúncias permanecem sob investigação.