
A medida norte-americana, anunciada por meio de decreto assinado pelo presidente Donald Trump, impõe uma tarifa adicional de 40% sobre produtos do Brasil, elevando a cobrança total para 50%. No entanto, o decreto incluiu uma lista com quase 700 exceções, que preserva itens como aviões da Embraer, petróleo, celulose, suco de laranja e castanhas. A entrada em vigor da tarifa foi adiada em sete dias.
Paralelamente, o governo dos EUA aplicou a Lei Magnitsky contra Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal. O ato administrativo inclui sanções e divulgação de dados pessoais do magistrado. A decisão ocorre em meio à escalada de tensões entre os governos de Lula e Trump, agravadas por acusações de interferência dos Estados Unidos no funcionamento do Judiciário brasileiro.
Mais cedo, o mandatário brasileiro já havia ressaltado a importância de defender-se a soberania do país, em trecho de entrevista concedida por ele ao New York Times publicado em seu perfil no X.
No Brasil, a lei é para todos. Os Três Poderes são independentes. Nosso país é soberano e guiado pela Constituição.
Entrevista ao @nytimes.
🎥 @ricardostuckert pic.twitter.com/FZ6AheAq8U— Lula (@LulaOficial) July 30, 2025
No Planalto, Lula convocou ministros para uma reunião de emergência. Participam o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e o advogado-geral da União, Jorge Messias. A avaliação do governo é de que a retaliação dos EUA tem motivações políticas e será enfrentada com forte discurso em defesa da soberania e das instituições nacionais.
A medida de Trump também está sendo associada a pressões por vantagens comerciais, incluindo abertura para big techs e remoção de barreiras tarifárias. Apesar das exceções, setores diretamente afetados pela nova tarifa, como o de carnes e frutas, alertam para riscos de colapso, perdas de emprego e queda de renda em regiões produtoras.
Além das repercussões econômicas, a ofensiva contra Moraes provocou reações no meio político. O governador Eduardo Leite repudiou a aplicação da Lei Magnitsky, afirmando que “não podemos concordar que outro país tente interferir”. A crise aprofunda o embate diplomático entre Brasil e Estados Unidos e coloca o bolsonarismo no centro da controvérsia sobre apoio externo contra instituições brasileiras.