O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira (1º) o posicionamento de dois submarinos nucleares em resposta às declarações do ex-presidente russo Dmitry Medvedev, que na quinta-feira (31) alertou sobre o sistema de retaliação nuclear soviético conhecido como “Mão Morta”. A escalada retórica entre os dois líderes ocorre em meio às negociações fracassadas para um cessar-fogo na guerra entre Rússia e Ucrânia.
“Com base nas declarações altamente provocativas do ex-presidente russo Dmitry Medvedev, agora vice-presidente do Conselho de Segurança da Federação Russa, ordenei o posicionamento de dois submarinos nucleares nas regiões apropriadas”, escreveu Trumo em publicação na rede Truth Social.
O líder estadunidense acrescentou: “Palavras são muito importantes e muitas vezes podem levar a consequências indesejadas. Espero que este não seja um desses casos”.
O sistema “Mão Morta”, desenvolvido durante a Guerra Fria, é um mecanismo automático de lançamento de mísseis nucleares projetado para responder mesmo que a liderança russa seja eliminada. Autoridades do Kremlin já se referiram à tecnologia como uma “arma apocalíptica”, aumentando os temores sobre uma possível escalada militar.
A troca de ameaças começou quando Medvedev reagiu a uma proposta de Trump de impor tarifas de até 100% a compradores de petróleo russo, chamando-a de “jogo de ultimatos” que aproximava os países de um conflito aberto.
Trump respondeu: “Digam a Medvedev, o ex-presidente fracassado da Rússia que acha que ainda é presidente, para tomar cuidado com suas palavras. Ele está entrando em um território muito perigoso!”.
Enquanto a tensão nuclear cresce, Trump continuou seus esforços para mediar o conflito na Ucrânia. Na mesma publicação sobre os submarinos, o presidente estadunidense revelou números alarmantes de baixas: “Quase 20 mil soldados russos morreram este mês na ridícula guerra com a Ucrânia. A Rússia perdeu 112.500 soldados desde o início do ano”. “A Ucrânia perdeu aproximadamente 8 mil soldados desde 1º de janeiro de 2025”, prosseguiu.
Trump, que na terça-feira (29) dera um ultimato de 10 dias para a Rússia aceitar uma trégua de 60 dias, culpou seu antecessor pelo conflito. “Esta é a guerra de Biden, não de Trump. Estou aqui apenas para ver se consigo impedi-la!”, bravejou.
Sua frustração com Vladimir Putin também ficou evidente – após inicialmente defender o líder russo, Trump agora o chama de “inútil”, marcando uma deterioração significativa nas relações entre os dois países.