VÍDEO – Trump diz que Lula pode ligar para ele “quando quiser”

Atualizado em 1 de agosto de 2025 às 18:15
Donald Trump em entrevista nesta sexta. Foto: reprodução

Em declaração à GloboNews nesta sexta-feira (1º), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode entrar em contato com ele a qualquer momento. “Ele pode falar comigo quando quiser”, disse Trump, em resposta a uma pergunta da repórter Raquel Krähenbühl sobre a possibilidade de diálogo entre os dois líderes.

A fala ocorre em meio à tensão comercial entre os países, após o governo estadunidense anunciar tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, medida que entra em vigor na próxima terça-feira (6).

Questionado sobre o “tarifaço”, Trump evitou detalhes, mas criticou: “As pessoas que estão comandando o Brasil fizeram a coisa errada”. Apesar disso, afirmou que “ama o povo do Brasil” e encerrou o assunto com um “vamos ver o que acontece”.

A declaração contrasta com relatos do governo brasileiro sobre dificuldades de comunicação com a Casa Branca. Em entrevista ao The New York Times na quarta-feira (30), Lula afirmou que ninguém nos EUA “quer conversar” sobre as tarifas. “Designei meu vice-presidente, meu ministro da Agricultura, meu ministro da Economia para que todos conversem com seus equivalentes nos EUA. Até agora, não foi possível”, disse.

Fontes do Planalto confirmaram que os canais diplomáticos diretos com o núcleo político de Trump estão fechados. O impasse persiste desde o início de julho, quando o líder estadunidense enviou uma carta a Lula comunicando as tarifas, justificadas por “práticas do governo brasileiro” que, segundo a Casa Branca, prejudicam empresas dos EUA e violam liberdades civis.

No mesmo dia do anúncio das tarifas, o governo estadunidense aplicou sanções ao ministro do STF Alexandre de Moraes com base na Lei Magnitsky, acusando-o de “violações de direitos humanos”. A medida bloqueia bens do magistrado nos EUA e proíbe transações com cidadãos ou empresas do país — incluindo o uso de cartões de crédito de bandeira estadunidense.

O decreto de Trump isentou alguns produtos brasileiros, como castanhas, polpa de laranja, minérios e itens de aviação civil, mas manteve a taxa para setores como aço e alumínio. A decisão foi interpretada como retaliação a ações judiciais que afetaram plataformas digitais estadunidenses no Brasil.