Poder360 apaga post com flagrante de Bolsonaro descumprindo ordem do STF

Atualizado em 4 de agosto de 2025 às 7:11
Publicação do Poder360 no X sobre o uso das redes sociais por Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução

O Poder360 fez uma postagem no X na qual afirma que Jair Bolsonaro “compartilhou em seus perfis nas redes sociais” um vídeo gravado em sua casa durante os atos bolsonaristas pelo Brasil. O ex-presidente, no entanto, está proibido de usar redes sociais, inclusive por meio de terceiros. A publicação foi apagada minutos depois, assim como fez Flávio Bolsonaro.

A restrição faz parte de uma série de medidas cautelares determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito das investigações que envolvem Bolsonaro em uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

O flagrante foi dado pelo jornalista Fernando Borcardín, através de seu perfil no X.

Entre as condições impostas pelo Supremo estão a proibição de contato com outros investigados, o uso limitado das redes sociais e, especialmente, a proibição de organizar, convocar ou participar de manifestações públicas — o que inclui qualquer aparição em atos de rua.

Bolsonaro também apareceu por chamada de vídeo em uma manifestação na Avenida Paulista neste domingo (3), após ser acionado pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) durante discurso em um carro de som.

A participação por vídeo não está prevista de forma explícita nas decisões, mas pode ser analisada pelo Judiciário como uma forma indireta de infringir as restrições, conforme antecipou o DCM.

O Supremo pode ser provocado pela Procuradoria-Geral da República ou por partidos políticos para avaliar se houve quebra das restrições. Caso se entenda que a participação virtual teve caráter de incitação ou mobilização, pode haver novas sanções — inclusive o pedido de prisão preventiva, caso se identifique risco de obstrução da Justiça ou continuidade delitiva.

A decisão caberá ao ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito sobre tentativa de golpe.

A cena foi transmitida ao vivo para os manifestantes, que gritavam palavras de ordem contra o STF e em apoio ao ex-capitão. Nas ruas, cartazes pediam a prisão de ministros do Supremo e exaltavam o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Bolsonaro e seu clã desafiam a Justiça e, depois, exaltam — na cara de pau — o típico discurso de perseguidos. A tática dos bolsonaristas de “esticar a corda” não deve durar muito, já que o julgamento contra o ex-presidente e seus aliados está próximo.