“Ele disse que ia me matar”, relata mulher espancada com 61 socos por ex-atleta

Atualizado em 4 de agosto de 2025 às 7:32
Igor Cabral e Juliana Soares – Foto: Reprodução

Juliana Soares, de 35 anos, foi espancada por seu então namorado, o ex-jogador de basquete Igor Eduardo Pereira Cabral, dentro de um elevador em Natal (RN). As agressões aconteceram no dia 26 de julho. “Não saí do elevador porque, se eu saísse, não ia ter câmera para filmar”, disse a vítima, que permaneceu no local para garantir que tudo fosse registrado pelas câmeras de segurança do condomínio.

O vídeo mostra o casal discutindo antes do ataque. Segundo Juliana, Igor tentou convencê-la a sair do elevador, mas ela recusou. “Ele foi para o elevador em que eu tava para tentar me convencer a sair de lá”. Logo em seguida, segundo a mulher, ele disse que ela “ia morrer” e iniciou as agressões.

A delegada responsável pelo caso afirmou que o vídeo é “prova inquestionável da vontade de matar”. A gravação mostra Juliana recebendo 61 socos violentos na cabeça e no rosto durante os 34 segundos em que o elevador desceu do décimo-sexto andar até o térreo. “Foi do décimo-sexto até o térreo. Ele me esmurrando sem parar, né?”, relatou. Um morador a encontrou ensanguentada e chamou a polícia.

No hospital, Juliana não conseguia falar. Usando papel e caneta, ela escreveu: “Eu sabia que ele ia me bater. Então não saí do elevador. E ele começou a me bater e disse que ia me matar”. A declaração foi decisiva para que a Justiça decretasse a prisão preventiva de Igor no mesmo dia.

A cirurgia de reconstrução facial, realizada dias depois, durou quase sete horas, devido à gravidade das fraturas.

Ela sofreu três fraturas na região do olho direito, uma maior abaixo do nariz, fragmentos na maçã do rosto e uma fratura na mandíbula. O médico que a operou comparou as lesões às de um acidente de moto sem capacete. Apesar da gravidade, o risco de sequelas neurológicas foi descartado. Juliana seguirá em acompanhamento por pelo menos dois meses.