
O vice-secretário de Estado dos Estados Unidos, Christopher Landau, usou as redes sociais para criticar a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que impôs prisão domiciliar ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Os impulsos orwellianos desenfreados do ministro (Alexandre de Moraes) estão arrastando sua Corte e seu país para o território desconhecido de uma ditadura judicial”, escreveu Landau no X.
O termo “orwelliano” faz referência a regimes autoritários com controle extremo do Estado, conceito popularizado pelo escritor George Orwell.
A prisão domiciliar foi determinada por Moraes após Bolsonaro participar, por videochamada, de uma manifestação que pedia o impeachment do próprio magistrado, no último domingo (3).
O norte-americano reagiu: “Seu suposto crime? Aparentemente, criticar o ministro Moraes, o que o ministro agora convenientemente caracteriza como uma ‘obstrução da Justiça’”. E completou: “Um dos desafios de ser um funcionário público é que suas ações estão sujeitas a críticas. Isso faz parte do contexto, e você tem que esperar por isso. Aparentemente, ninguém contou isso ao ministro Moraes”.
One of the challenges of being a public official is that your actions are subject to criticism. It comes with the turf and you have to expect it. Apparently no one told this to Justice Moraes of Brazil’s Supreme Court, who today placed former President Bolsonaro under house… pic.twitter.com/2e3G5tC5xh
— Christopher Landau (@DeputySecState) August 5, 2025
Landau ocupa a vice-secretaria do Departamento de Estado americano, órgão equivalente ao Ministério das Relações Exteriores do Brasil.
A pasta, atualmente sob o comando de Marco Rubio, divulgou nota na qual classifica Moraes como um “violador de direitos humanos” e afirma que a prisão de Bolsonaro representa uma violação do direito de defesa do ex-presidente, réu por tentativa de golpe de Estado.
Moraes já havia sido alvo de sanções do governo de Donald Trump em 30 de julho, por meio da Lei Magnitsky — legislação que prevê punições a indivíduos acusados de violações graves dos direitos humanos, como tortura, assassinatos e tráfico de pessoas. Além dele, outros sete ministros do STF tiveram seus vistos para os Estados Unidos suspensos.