Zambelli envia carta da prisão: “Nenhum ditador nos colocará de joelhos”

Atualizado em 6 de agosto de 2025 às 17:45
deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) de roupa cinza, falando para a câmera, séria
Carla Zambelli

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), presa em Roma no fim de julho por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), divulgou nesta quarta-feira (6) uma carta manuscrita na qual afirma estar “forte e corajosa” e que “nenhum ditador nos colocará de joelhos”.

A mensagem foi publicada nos perfis do Instagram de seu filho, João Zambelli, de sua mãe, Rita Zambelli, e do advogado Fabio Pagnozzi. Cerca de uma hora depois, o conteúdo foi removido das redes.

“Às brasileiras e aos brasileiros de todo o mundo: a vida é um milagre, mas o maior presente é a liberdade de viver para nossa família, seja ela de sangue ou aquela que escolhemos”, escreveu a parlamentar.

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A carta de Zambelli

Zambelli afirmou ainda que mantém “a fé, a cabeça erguida e a consciência tranquila de alguém inocente”. E concluiu: “Tenham força, fé e coragem. O Brasil é um país abençoado e nenhum ditador nos colocará de joelhos”.

A deputada está presa no presídio feminino de Rebibbia, em Roma, onde dividem espaço 369 detentas — quase cem acima da capacidade. Ela foi capturada em um apartamento no bairro Aurélio, após quase dois meses foragida da Justiça brasileira.

A decisão do STF que determinou sua prisão também prevê multa diária de R$ 50 mil caso Zambelli utilize suas redes sociais ou as de terceiros. Além disso, a condenação impõe dez anos de prisão em regime fechado e perda do mandato parlamentar, já comunicada ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).

Na última sexta-feira (1º), a Corte de Apelação de Roma determinou que Zambelli continue presa enquanto corre o processo de extradição para o Brasil. A tramitação pode levar de um a dois anos, segundo especialistas.