Arlindo Cruz morre aos 66 anos no Rio

Atualizado em 8 de agosto de 2025 às 15:27
Arlindo Cruz no programa “Altas Horas”, da TV Globo. Foto: Reprodução

O cantor e compositor Arlindo Cruz (66) morreu nesta sexta (8), no hospital Barra D’Or, no Rio de Janeiro. O artista enfrentava sequelas de um AVC (Acidente Vascular Cerebral), sofrido em 2017, e chegou a ficar quase um ano e meio hospitalizado, passando por diversas internações desde então.

Em julho, ele chegou a sofrer uma parada cardíaca de 15 minutos, mas médicos conseguiram reanimá-lo. Na ocasião, Arlindo ficou em coma induzido no hospital, onde estava internado desde o mês de abril após complicações de saúde.

Nascido em 1958 na capital fluminense, Arlindo Domingos da Cruz Filho tornou-se um dos nomes mais importantes do samba brasileiro. Reconhecido por sua habilidade no cavaquinho e no banjo, começou a tocar aos 7 anos. Aprendeu violão com o irmão Acyr Marques e se profissionalizou ainda na juventude, atuando em rodas de samba ao lado de Candeia, que o apadrinhou musicalmente.

Arlindo integrou o tradicional grupo Fundo de Quintal, onde permaneceu por 12 anos. Nesse período, gravou sucessos como “Só Pra Contrariar” e “O Mapa da Mina”. Também teve parcerias marcantes com nomes como Zeca Pagodinho e Beth Carvalho, que gravaram dezenas de suas composições. Ele deixou o grupo em 1993 para seguir carreira solo.

Arlindo Cruz ao lado da esposa, Babi Cruz, e dos filhos, Arlindinho e Flora Cruz. Foto: Reprodução

Antes do início da carreira, o artista frequentava rodas de samba no Cacique de Ramos, onde se aproximou de artistas como Almir Guineto e Jorge Aragão. Suas composições começaram a ganhar projeção quando Beth Carvalho gravou “Grande Erro” e Alcione cantou “Novo Amor”. Rapidamente, seu nome passou a figurar entre os principais autores do gênero.

Ele acumulou mais de 550 músicas gravadas por diversos intérpretes. Nos anos 1990 e 2000, destacou-se também como compositor de sambas-enredo para o Império Serrano, escola de samba de sua paixão. Venceu disputas internas da agremiação em anos como 1996, 1999, 2001, 2003 e 2007. Em 2023, foi homenageado como enredo da escola.

Seu último projeto artístico foi “Pagode 2 Arlindos”, de 2017, feito com o filho, Arlindinho. Além do herdeiro, ele deixa a esposa, Babi Cruz, e uma filha, Flora Cruz.