Recados dados por jornalistas da grande imprensa funcionam assim. O emissário manda o recado para o jornalista amigo e espera as reações. Pode ser uma ameaça, um blefe ou só um singelo teste.
Um emissário mandou o seguinte recado para Elio Gaspari, que publicou hoje na Folha: há “fortes sinais” de que o ministro Luiz Fux pedirá vista e irá empurrar o processo de Bolsonaro no Supremo para 2026.
É certo que Fux fará isso? Não. Ele manda sinais. Os sinais foram mandados para Gaspari, possivelmente pelos advogados do chefe do golpe. É um teste, é o que antigamente chamavam de atirar o verde.
A partir da repercussão, Fux fará ou não o que emissário mandou dizer ao jornalista, para que fosse divulgado. Advogados sabem das coisas.
Se não houver grande reação, Bolsonaro ganha fôlego para que seu caso seja decidido talvez no outono, às vésperas da eleição.
Além disso, como observa o jornalista de recados, a demora na condenação pelo STF irá repercutir na mesma época no julgamento de recursos de Bolsonaro no TSE, onde já foi condenado e considerado inelegível.
O TSE terá nova composição, e a esculhambação estará criada. Tudo pode acontecer. O núcleo do bolsonarismo entende que, se Bolsonaro escapar, o resto não importa.
O resto é o resto. Para a turma de Bolsonaro, até Braga Netto faz parte do resto. Assim como os manés e todos os abandonados pela família.