Prisão de Bolsonaro isola ex-presidente e complica planos da direita para 2026

Atualizado em 11 de agosto de 2025 às 6:58
O ex-presidente Jair Bolsonaro – Foto: Reprodução

O isolamento de Jair Bolsonaro (PL), em prisão domiciliar há uma semana, alterou os planos da direita para a eleição presidencial de 2026, conforme informações da Folha.

A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, interrompeu viagens, reuniões e conversas telefônicas com lideranças políticas, comprometendo articulações que dependiam diretamente da palavra final do ex-presidente.

A limitação de visitas e comunicação fez com que aliados evitassem discutir sucessão presidencial neste momento, temendo parecer oportunistas. Michelle Bolsonaro, que inicialmente era a principal interlocutora, não tem influência política suficiente e deve focar em uma candidatura ao Senado pelo Distrito Federal. O filho, senador Flávio Bolsonaro, passou a concentrar as conversas estratégicas.

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro – Foto: Reprodução

Entre os poucos que tiveram acesso a Bolsonaro nesta primeira semana estão Flávio, o presidente do PP, Ciro Nogueira, e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Nogueira relatou preocupação com a saúde e o estado psicológico do ex-presidente, que ainda apresenta crises de soluço. Tarcísio evitou tratar de 2026, priorizando conversas sobre a prisão e possíveis formas de revertê-la.

A postura cautelosa de Tarcísio, que mantém boa relação com Moraes e busca evitar desgastes com o empresariado, o distancia do bolsonarismo mais radical, mas preserva um canal direto com Bolsonaro.

Apesar de dizer que pretende disputar a reeleição em São Paulo, seu nome continua cotado para a Presidência, caso haja alinhamento político com o ex-presidente.

No campo da direita, outros potenciais candidatos, como Ratinho Jr., Romeu Zema e Ronaldo Caiado, também foram alvo de críticas por não participarem de atos em apoio a Bolsonaro.