8/1: Líder da “máfia do Pix” no acampamento golpista é denunciado pela PGR

Atualizado em 11 de agosto de 2025 às 7:03
Rubem Abdalla Barroso Júnior, que criou a máfia do Pix em acampamentos bolsonaristas – Foto: Reprodução

A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou ao Supremo Tribunal Federal (STF) Rubem Abdalla Barroso Júnior, conhecido como chefe da “máfia do Pix” no acampamento golpista montado em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília, no fim de 2022. Segundo as investigações, ele era responsável pela barraca de alimentação que atendia bolsonaristas reunidos para pedir um golpe de Estado. Com informações de Guilherme Amado, no PlatôBR.

A denúncia, assinada pelo procurador-geral Paulo Gonet em 9 de julho, também inclui a companheira de Abdalla, Eloísa da Costa Leite, pelos crimes de associação criminosa e incitação ao crime por incentivar a animosidade das Forças Armadas contra os Poderes Constitucionais. De acordo com a acusação, o casal arrecadava dinheiro por meio de uma chave Pix vinculada à conta de Eloísa, que repassava os valores ao companheiro.

Relatórios da Polícia Federal apontam que, entre novembro de 2022 e janeiro de 2023, a conta de Eloísa movimentou R$ 1 milhão em créditos e R$ 738,5 mil em débitos, com R$ 185 mil destinados a Abdalla para custear a alimentação de participantes do acampamento. Para a PGR, esses recursos ajudaram a manter a estrutura e deram suporte material e moral aos atos violentos de 8 de janeiro de 2023.

Atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 – Foto: Reprodução

A acusação destaca que Abdalla realizou uma live em 4 de janeiro de 2023 convocando apoiadores a irem a Brasília. Na transmissão, ele disse que o QG do Exército era o “ponto de encontro” para a chamada “marcha da liberdade”, prevista para os dias seguintes.

Após os atos, Abdalla fugiu para o Uruguai, onde permaneceu foragido até novembro de 2024, quando foi preso pela Polícia Rodoviária Federal em Rosário do Sul (RS). Ele havia retornado ao Brasil para comprar uma geladeira. Atualmente, responde ao processo em liberdade.

Para a PGR, as provas reunidas demonstram que Abdalla e Eloísa tiveram participação direta na manutenção do acampamento golpista e, consequentemente, na preparação do cenário que culminou nos ataques de 8 de janeiro. A denúncia aguarda análise do STF.