
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), deve adotar estratégia semelhante à usada por Arthur Lira (PP-AL) na Câmara dos Deputados para suspender o mandato do senador Marcos do Val (Podemos-ES), contornando a paralisia do Conselho de Ética. A medida driblaria a falta de andamento do processo aberto contra o parlamentar, que está estagnado desde 2024. Com informações da Folha de S.Paulo.
No ano passado, o Conselho de Ética chegou a admitir uma representação da Rede Sustentabilidade contra Do Val e designou Jorge Seif (PL-SC) como relator, mas o caso não avançou. Nos últimos cinco anos, o colegiado se reuniu apenas três vezes e atualmente está sem presidente, o que impede qualquer deliberação.
Desde que o ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou que Do Val use tornozeleira eletrônica, senadores discutem alternativas para lidar com a situação. Alguns defendem que a Mesa Diretora suspenda o mandato por conta própria, alegando que há respaldo político para isso.
Parlamentares próximos a Do Val sugerem que ele solicite licença médica, o que permitiria a retomada do salário caso as medidas cautelares fossem relaxadas. Embora resista a cassar o mandato — que vai até 2027 —, Alcolumbre enfrenta pressão de líderes que consideram as recentes restrições impostas ao senador prejudiciais até para colegas que não costumam apoiá-lo.

Do Val viajou para os Estados Unidos com a família mesmo após ter o passaporte comum recolhido por ordem de Moraes. A defesa sustenta que não houve descumprimento de decisão judicial, argumentando que o STF não proibiu expressamente a saída do país e que o passaporte diplomático não foi apreendido.
A possibilidade de suspensão direta pela Mesa, seguindo o modelo aplicado por Lira na Câmara, é vista como saída rápida para um impasse que o Conselho de Ética, inoperante há anos, não consegue resolver.