Trump recua novamente e prorroga trégua tarifária com a China em 90 dias

Atualizado em 11 de agosto de 2025 às 18:41
Donald Trump, presidente dos EUA, anunciando o tarifaço. Foto: reprodução

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou na segunda-feira (11) um decreto que estende por mais 90 dias a pausa nas tarifas estadunidenses sobre as importações chinesas. A medida foi anunciada por uma autoridade da Casa Branca, após semanas de incerteza sobre a prorrogação do prazo para a entrada em vigor de tarifas adicionais.

Inicialmente, a trégua estava programada para expirar nesta terça-feira (12), mas o governo Trump indicou que poderia estender o período de pausa, o que foi formalizado na assinatura do decreto.

Durante esta manhã, Trump se absteve de comentar diretamente sobre as chances de prolongar a pausa nas tarifas, afirmando aos repórteres: “Veremos o que acontece”.

Na sequência, ele elogiou a postura das autoridades chinesas nas negociações, destacando que, até o momento, as negociações com a China estavam indo muito bem. “Estamos lidando muito bem com a China. Como vocês provavelmente já ouviram, eles têm tarifas enormes que estão pagando aos Estados Unidos”, disse Trump, sem entrar em mais detalhes sobre os termos do acordo.

O cenário de trégua tarifária ganha destaque no contexto da disputa comercial entre as duas maiores economias do mundo, que já dura anos.

Os presidentes da China, Xi Jinping, e dos Estados Unidos, Donald Trump. Foto: Andy Wong/AP

Em outro recuo recente, Trump pediu à China que quadruplicasse rapidamente suas compras de soja, o que gerou uma reação positiva nos mercados internacionais, especialmente em Chicago, onde os preços da commodity dispararam. No entanto, não ficou claro se essa exigência para aumentar as compras de soja foi uma condição explícita para a extensão da trégua tarifária.

A China, o maior comprador mundial de soja, importou aproximadamente 105 milhões de toneladas do grão no ano passado, com uma pequena parte dessa quantidade vinda dos Estados Unidos e o restante majoritariamente do Brasil. Para que a China atendesse à demanda de Trump de quadruplicar suas compras de soja dos EUA, o país precisaria adquirir a maior parte de sua soja dos Estados Unidos, o que representaria uma grande mudança na dinâmica comercial global.

Este novo acordo de trégua tarifária segue o modelo estabelecido em maio de 2025, quando os EUA e a China chegaram a um entendimento temporário para reduzir as tarifas mútuas.

Como parte desse acordo, os Estados Unidos reduziram as tarifas sobre produtos chineses de 145% para 30%, combinando uma tarifa básica de 10% com um adicional de 20% relacionado ao tráfico da droga fentanil. Em resposta, a China também diminuiu suas taxas sobre importações estadunidenses, reduzindo de 125% para 10%, e anunciou a suspensão de algumas medidas não tarifárias contra os Estados Unidos.

Na época do acordo, Trump havia garantido que as tarifas sobre as importações da China não voltariam ao nível de 145% após o período de pausa de 90 dias. Contudo, o presidente dos EUA deixou claro que as tarifas poderiam ser aumentadas novamente caso não houvesse um acordo definitivo entre os países.