Câmara estende para 45 dias prazo de análise da denúncia contra bolsonaristas do motim

Atualizado em 11 de agosto de 2025 às 21:50
Tumulto durante motim de bolsonaristas na Câmara dos Deputados
Tumulto durante motim de bolsonaristas na Câmara dos Deputados – Reprodução/Agência Brasil

A Mesa Diretora da Câmara dos Deputados decidiu ampliar o prazo para a análise das denúncias contra os 14 parlamentares que ocuparam o plenário da Casa na última quarta-feira (6). O tempo, que antes era de 48 horas, passa agora a ser de 45 dias.

O corregedor da Câmara, deputado Diego Coronel (PSD-BA), afirmou que irá notificar os deputados envolvidos na ação considerada como motim. Após a notificação, os parlamentares terão cinco dias para apresentar suas defesas.

“Vou abrir prazo, notificar os 14 deputados e eles terão cinco dias para apresentar as defesas. Depois, teremos 45 dias para análise final, após a apresentação da defesa”, declarou Coronel em entrevista ao UOL.

Segundo o corregedor, a decisão de ampliar o prazo foi tomada após uma pré-análise da Mesa Diretora, que concluiu que o tempo anterior era insuficiente para um exame adequado das representações: “Precisamos de um conforto maior para analisar. Com isso, você abre para o contraditório”.

O deputado garantiu que todo o procedimento será conduzido dentro das normas da Casa. “Farei uma análise imparcial, dando o direito ao contraditório e cumprimento ao regimento da Câmara”, afirmou. “Não vou politizar essa decisão. Estamos recebendo as representações e vamos analisar cada uma delas.”

De acordo com Diego Coronel, os parlamentares envolvidos na ocupação do plenário podem receber advertência, suspensão ou até cassação de mandato. A cassação, no entanto, dependerá do Conselho de Ética da Câmara. “Ninguém pode pré-julgar sem dar o direito ao contraditório”, disse. “Se for o caso, ele já responde ao processo no Conselho de Ética suspenso.”

Cabe à Mesa Diretora da Câmara aplicar advertência e suspensão. Nesses casos, os parlamentares já chegam ao Conselho de Ética penalizados de forma imediata.

O Conselho de Ética da Câmara, presidido pelo deputado Fábio Schiochet (União-SC), será responsável por aprofundar a análise das denúncias. Atualmente, o órgão conta com quatro deputados do PL e dois do PP em sua composição.

“Difícil saber se vai haver algum tipo de corporativismo, se ele, Fábio [Schiochet], cumprir o regimento, eles vão ter que fazer a análise deles. Não tem porque politizar essa decisão.”