Ganho bilionário motivou investigação contra Ultrafarma e Fast Shop; entenda

Atualizado em 12 de agosto de 2025 às 15:17
Dinheiro apreendido na casa de um dos investigados. Foto: Divulgação/MP-SP

A investigação do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) que revelou um esquema de corrupção envolvendo a Fast Shop e a Ultrafarma teve início após autoridades suspeitarem do salto patrimonial da empresa da mãe de um auditor. Ela declarou ter R$ 411 mil em 2021 e R$ 2 bilhões dois anos depois, em 2023.

A empresa, Smart Tax, do auditor fiscal Artur Gomes da Silva Neto, era considerada uma fachada, sem funcionários e com atividades limitadas, sendo controlada diretamente por ele. A suspeita é de que tenha usado a companhia para desviar recursos em troca de serviços de facilitação de crédito tributário.

O esquema de corrupção, que teve início em 2021, envolvia a Fast Shop, que transferiu mais de R$ 1 bilhão para a Smart Tax, com o objetivo de acelerar o processo de recebimento de créditos tributários. A operação também identificou que, em troca desses favores, o auditor e outros envolvidos recebiam propina.

O esquema funcionava com a utilização de empresas de fachada para facilitar o acesso a créditos tributários e o MP-SP suspeita que outras grandes empresas do setor varejista possam ter se beneficiado da mesma prática.

Sidney Oliveira, dono da Ultrafarma. Foto: Reprodução

Durante a operação, foram cumpridos mandados de prisão e busca e apreensão em diversas cidades, incluindo São Paulo e Ribeirão Pires. O dono da Ultrafarma, Sidney Oliveira, e um executivo da Fast Shop foram presos, além de outros auditores fiscais envolvidos no esquema.

A investigação identificou ainda o envolvimento de dois estelionatários, Celso de Araújo e Tatiane de Conceição Lopes, que ajudavam na lavagem de dinheiro para o esquema. Grande parte do dinheiro foi encontrado em suas casas, junto com pedras preciosas.

A Justiça também apontou que a operação, além de envolver créditos tributários, era alimentada por propinas regulares. O fiscal envolvido no caso estava dos dois lados do balcão, autorizando créditos tributários para empresas que pagavam propina para acelerar o processo. O MP-SP está investigando mais detalhes sobre o funcionamento do esquema e a possível extensão do envolvimento de outras empresas.