Governo Trump ataca Lula e Moraes em relatório sobre direitos humanos: “Situação piorou”

Atualizado em 12 de agosto de 2025 às 16:07
Os presidentes do Brasil, Lula, e dos Estados Unidos, Donald Trump. Foto: Reprodução

O governo dos Estados Unidos, chefiado por Donald Trump, divulgou um relatório nesta terça (12) que cita uma “deterioração” dos direitos humanos no Brasil. O documento, elaborado pelo Departamento de Estado do país, faz críticas severas ao governo Lula e ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

“A situação dos direitos humanos no Brasil piorou ao longo do ano. Os tribunais tomaram medidas amplas e desproporcionais para minar a liberdade de expressão e a liberdade na internet, bloqueando o acesso de milhões de usuários a informações”, afirma o relatório.

O texto também menciona uma declaração de Lula sobre Gaza, quando disse que estava acontecendo um “genocídio” na região, e que Moraes suspendeu mais de 100 perfis de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro do X. As decisões do ministro são chamadas de censura pelo governo americano.

“O governo censurou conteúdos online considerados violação a ordens do Supremo Tribunal Federal (STF), que instruíram as plataformas a remover conteúdos que supostamente disseminavam desinformação relacionada ao sistema eleitoral ou às instituições judiciais, ou que depreciavam autoridades judiciais com ameaças ou assédio online”, prossegue o relatório.

O documento ainda diz que o ministro “suprimiu de forma desproporcional a liberdade de expressão de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, ao invés de adotar medidas mais específicas para penalizar conteúdos que incitassem ações ilegais iminentes ou assédio”.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Foto: Reprodução

Outro ponto criticado foi uma suposta repressão nas redes sociais, com a proibição temporária do uso de VPNs pelo STF. A medida, segundo o relatório, enfraqueceu a liberdade de imprensa por meio da remoção de proteções de privacidade para indivíduos que dependem do anonimato para denunciar corrupção governamental.

Os relatórios são publicados anualmente e usados em tribunais para tratar, por exemplo, de processos sobre asilo e deportações. No documento anterior, publicado em 2024, o governo Joe Biden considerou as eleições brasileiras de 2022 justas e livres de irregularidades, destacando somente o aumento de operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Nordeste, sob o comando de Bolsonaro.

Um dia antes da divulgação do relatório, o jornal Washington Post já havia antecipado críticas ao governo brasileiro e a Moraes por suposta perseguição ao ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados. No final de julho, o governo Trump sancionou  ministro com a Lei Magnitsky, que impõe sanções econômicas a estrangeiros acusados de violações de direitos humanos.