
A reunião entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, foi cancelada horas após o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) dar uma entrevista e prometer intensificar sua articulação golpista. O encontro foi agendado para ocorrer nesta quarta (13) e desmarcado recentemente.
Segundo o Blog da Andréia Sadi no g1, funcionários da Fazenda e do Tesouro trocaram e-mails marcando a reunião no último dia 4. Mathias Alencastro, assessor especial de Haddad, conversou com três auxiliares americanos e solicitou uma reunião na mesma semana, no horário mais adequado a Bessent.
Na noite do mesmo dia, a equipe americana sugeriu que a conversa ocorresse no dia 7, entre 16h e 16h20. No dia 5, um auxiliar de Bessent informou que ele não poderia participar da reunião por um conflito de agenda e remarcou para a próxima quarta, entre 17h e 17h30.
Assessores do americano chegaram a enviar um link para reunião no aplicativo Zoom no mesmo e-mail, mas no dia 6, às 10h17 da manhã, o auxiliar de Bessent escreveu a seguinte mensagem:
“Bom dia! É com grande pesar que informo que a agenda do Secretário não pode acomodar este encontro no momento. O secretário gostaria de remarcar no futuro, quando a agenda dele estiver melhor alinhada. Agradecemos sinceramente a sua compreensão. Obrigada”.

A entrevista de Eduardo à jornalista Bela Megale, no jornal O Globo, foi publicada na manhã do dia 6. Na conversa, ele relatou que estava informando autoridades americanas sobre a prisão domiciliar do pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, e que estava aguardando uma reação.
“Não é da tradição do governo Trump receber essa dobrada de aposta do Alexandre de Moraes e nada fazer. O que eles vão fazer, eu não sei. Não sei se isso vai passar pela mesa do Trump ou pelo secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio. Espero que haja uma reação nos próximos momentos”, disse o deputado licenciado.
Eduardo negou qualquer influência sobre a agenda de Bessent e afirmou que sua atuação estava voltada para levar a prisão domiciliar de seu pai ao conhecimento das autoridades americanas. Em sua entrevista, ele disse:
O governo de Lula enxerga que a interferência de setores ideológicos da direita bolsonarista bloqueia as negociações com os EUA. Também há uma impressão de que grupos de extrema-direita ligados ao governo Trump têm bloqueado a conversa.