
O Ministério Público da Paraíba (MPPB) ingressou com uma ação civil pública solicitando à Justiça que o influenciador Hytalo Santos tenha suas redes sociais bloqueadas e seja proibido de manter contato com menores de idade citados no processo que investiga a exposição de adolescentes em vídeos com conteúdo sexualizado. A promotora Ana Maria França, responsável pelo caso em Bayeux, também pede a desmonetização dos vídeos já publicados.
A medida ocorre paralelamente a outra investigação conduzida pelo promotor João Arlindo em João Pessoa, que deve concluir seu relatório na próxima semana. Ambos os inquéritos apuram denúncias de possível esquema de benefícios a familiares de menores em troca de emancipação judicial dos adolescentes que participavam dos conteúdos.
“O que ele fazia não necessariamente era em relação a criança. ‘Olha, o senhor emancipa o adolescente que eu vou custear o colégio da pessoa, etc’, não. Mas, por exemplo, há informes de que ele dava iPhones, alugava casa (para os familiares)…”, explicou o promotor João Arlindo ao G1.
Os vídeos analisados pelo MP mostram:
– Danças de teor sexual com adolescentes
– Perguntas inapropriadas sobre vida íntima
– Discussões sobre relacionamentos amorosos entre menores
– Uso de adolescentes para promover rifas e sorteios

A conta de Kamylinha Santos, de 17 anos, que participava ativamente dos vídeos, também foi desativada após ser identificada como menor promovendo casas de apostas. O caso ganhou notoriedade após denúncia pública do humorista Felca no último dia 8.
Três órgãos – MPPB, MPT e Polícia Civil – recomendaram à Lotep a suspensão imediata da licença da empresa de rifas do influenciador, citando:
1. Adultização e sexualização de menores
2. Indícios de exploração de trabalho infantil
3. Violação do ECA e Constituição Federal
4. Riscos psicológicos da superexposição digital
Hytalo Santos, que já teve mais de 17 milhões de seguidores no Instagram (atualmente fora do ar), nega as acusações. Sua defesa não se manifestou até o fechamento desta reportagem.