Auditor acusado de fraude bilionária em SP contrata advogado de Bolsonaro

Atualizado em 15 de agosto de 2025 às 8:50
O auditor fiscal Artur Gomes da Silva Neto, apontado como principal operador do esquema de propinas e créditos irregulares de ICMS na Secretaria da Fazenda de São Paulo. Foto: Reprodução

O auditor fiscal Artur Gomes da Silva Neto, apontado pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) como o principal operador de um esquema bilionário de propinas e créditos irregulares de ICMS na Secretaria da Fazenda de São Paulo (Sefaz-SP), contratou o advogado Paulo da Cunha Bueno, que atua na defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), para representá-lo, conforme informações da Folha de S.Paulo. A investigação faz parte da Operação Ícaro, deflagrada na terça-feira (13).

Segundo o MP-SP, Artur orientava executivos de grandes redes varejistas, elaborava documentos, acelerava análises e autorizava a transferência de créditos de ICMS para empresas. Ele também teria contratado uma empresa de cibersegurança para ocultar ou recuperar ativos ilícitos.

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao lado do advogado Paulo Cunha Bueno. Foto: Reprodução

Preso no 8º Distrito Policial, no Belenzinho, zona leste da capital, o auditor é acusado de usar a empresa de fachada Smart Tax — registrada no nome de sua mãe — para receber milhões da Fast Shop, superfaturar valores de ressarcimento e ampliar seu patrimônio de R$ 411 mil, em 2021, para cerca de R$ 2 bilhões, em 2023.

A operação também prendeu o empresário Sidney Oliveira, dono da rede de farmácias Ultrafarma, o diretor estatutário da Fast Shop, Mario Otávio Gomes, o auditor Marcelo de Almeida Gouveia e o casal Celso Éder Gonzaga de Araújo e sua esposa, em Mato Grosso — na casa deles, foram apreendidos mais de R$ 1,2 milhão e pedras preciosas, incluindo esmeraldas.

Além das prisões temporárias, até o momento foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão em residências e sedes das empresas investigadas.

Outras empresas citadas nas investigações incluem Allmix Distribuidora, Rede 28 Postos de Combustíveis, Kalunga e o Grupo Nós, dono da OXXO.

A Sefaz-SP informou que está à disposição para colaborar com a investigação, por meio de sua Corregedoria da Fiscalização Tributária, e instaurou procedimento administrativo para apurar a conduta do auditor envolvido.