Tijolaço: nos EUA, “federais” não se metem em eleição e obedecem ao presidente

Atualizado em 7 de novembro de 2016 às 8:44

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Publicado no Tijolaço de Fernando Brito.

 

Depois da admoestação pública feita há dias pelo Presidente Barack Obama, o diretor do FBI (Federal Bureau of Investigation, a polícia federal norte-americana) mandou uma carta ao Congresso recuando de suas afirmações que um novo lote de e-mails vazados pelo Wikileaks desembocaria numa nova investigação contra a candidata democrata Hillary Clinton.

O comunicado, segundo o New York Times:

O diretor do FBI, James B. Comey, disse ao Congresso no domingo que tinha visto nenhuma evidência de um lote recém-descoberto de e-mails para mudar sua conclusão de que Hillary Clinton não devem enfrentar acusações sobre seu tratamento de informações classificadas.
O anúncio de Mr. Comey, apenas dois dias antes da eleição, foi um esforço para limpar a nuvem de suspeita que ele tinha colocado publicamente sobre sua campanha presidencial no mês passado, quando ele alertou o Congresso que o FBI iria examinar os e-mails.
“Com base em nossa revisão, não mudaram as nossas conclusões que nós expressos em julho com relação a secretária Hillary Clinton”, escreveu Comey em uma carta aos líderes de várias comissões do Congresso . Ele disse que os agentes tinham revisto todas as comunicações de e para Hillary no novo lote de quando ela era secretária”.

Como se vê, o FBI “tirou o time” rapidamente da disputa eleitoral.

Aqui, se delegados federais que faziam campanha por Aécio Neves na internet tivessem sido – como deveriam ser – afastado das investigações da Lava Jato, o mundo teria vindo abaixo. Embora se tratasse do mais natural a ser feito quando uma investigação começa a ser conduzida por pessoas de posições político-eleitorais expostas.

“Intocáveis”, porém, não são os policiais do FBI, como aparece nos filmes. São os nossos.