Líderes europeus acompanham Zelensky em encontro com Trump na Casa Branca; entenda

Atualizado em 17 de agosto de 2025 às 16:52
O líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, e o presidente da França, Emmanuel Macron. Foto: Divulgação

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, se reunirá nesta segunda-feira (18) com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em um encontro que deve definir os próximos passos para um possível acordo de paz com a Rússia.

Diferentemente das reuniões anteriores, Zelensky não estará sozinho: uma comitiva de chefes de Estado e líderes de instituições europeias viajará a Washington para reforçar o apoio político à Ucrânia em meio à guerra que já dura três anos e meio.

Entre os presentes estão o presidente francês Emmanuel Macron, o primeiro-ministro britânico Keir Starmer, o chanceler alemão Friedrich Merz, a chefe da União Europeia Ursula von der Leyen, o secretário-geral da Otan Mark Rutte, a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni e o presidente finlandês Alexander Stubb.

A união do bloco europeu visa garantir que a soberania e a integridade territorial da Ucrânia sejam prioridades nas negociações, em contraposição à possibilidade de concessões territoriais a Moscou, hipótese defendida por Trump como saída para o conflito.

Em declarações neste domingo (17), Von der Leyen afirmou que a Europa apoiará Kiev “pelo tempo que for necessário” para assegurar uma paz justa e duradoura. Starmer reforçou que o futuro da Ucrânia “não pode ser decidido sem Zelensky” e Macron voltou a dizer que o presidente russo Vladimir Putin “não quer a paz”, defendendo uma postura firme do continente.

O encontro na Casa Branca acontece três dias depois da reunião bilateral entre Trump e Putin, no Alasca, que terminou sem acordo de cessar-fogo, mas abriu espaço para novas conversas. O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, adiantou que a pauta com Zelensky e os europeus incluirá garantias de segurança à Ucrânia.

Ele afirmou que tanto Kiev quanto Moscou terão de ceder pontos para que seja possível chegar a um entendimento. A reunião também servirá para reatar o clima de diálogo após o embate público entre Trump e Zelensky em fevereiro, quando os dois trocaram acusações na Casa Branca e a reunião terminou de forma abrupta.

Antes de viajar, Zelensky se reuniu com os líderes europeus para discutir a chamada “coalizão dos dispostos”, uma iniciativa que prevê envio de tropas pacificadoras à Ucrânia caso um cessar-fogo seja firmado. A movimentação ocorre em meio à intensificação da crise política e militar, com Moscou mantendo controle sobre cerca de 20% do território ucraniano.

Segundo analistas, esse será o ponto mais difícil das negociações, já que nem Rússia nem Ucrânia demonstram disposição para abrir mão das áreas ocupadas. O Kremlin, por sua vez, tenta mostrar disposição ao diálogo.

Em contato com aliados, como o presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, Putin descreveu o encontro com Trump como “construtivo”, embora tenha reforçado que as preocupações da Rússia devem ser atendidas. Ele defendeu que a parceria comercial entre Moscou e Washington seja retomada, sinalizando que a guerra também é usada como moeda de negociação econômica.

Para Trump, a reunião com Putin foi “muito produtiva” e resultou em consenso sobre a maioria dos pontos, apesar de não ter havido cessar-fogo. O presidente norte-americano busca agora mediar um encontro trilateral com Putin e Zelensky, que teria como objetivo discutir diretamente as áreas ocupadas.

O presidente ucraniano já declarou estar disposto a participar, desde que a integridade territorial da Ucrânia seja respeitada.

Guilherme Arandas
Guilherme Arandas, 27 anos, atua como redator no DCM desde 2023. É bacharel em Jornalismo e está cursando pós-graduação em Jornalismo Contemporâneo e Digital. Grande entusiasta de cultura pop, tem uma gata chamada Lilly e frequentemente está estressado pelo Corinthians.