
Preso na última sexta-feira em Carapicuíba (SP), o influenciador Hytalo Santos aparece, segundo relatos de ex-funcionários ao programa Fantástico, no centro de um esquema que mistura luxo, poder e o controle de adolescentes. As denúncias — que falam em malas de dinheiro, joias e intimidação — levantam dúvidas sobre quem estaria por trás dele. A comparação inevitável é com o bilionário americano Jeffrey Epstein, que mantinha relações com figuras influentes e terminou morto em uma cela, oficialmente por suicídio.
De acordo com dois ex-funcionários, que falaram sob anonimato, era comum ver sacolas e malas de dinheiro na casa do influenciador, além de joias de alto valor.
No caso Epstein, listas de contatos e registros de jatos particulares revelaram uma rede de milionários, políticos e até membros da realeza que circulavam em seu entorno.
A reportagem exibida pela Globo mostrou ainda que adolescentes viviam na casa de Hytalo sem acesso a celulares, sujeitos a regras rígidas e até a consumo de álcool. Um dos depoimentos citou uma adolescente que teria engravidado dentro do ambiente controlado pelo influenciador.
O procurador do trabalho Flávio Gondim descreveu o cenário como “um reality show dentro da casa”, monetizado em vídeos e lives. As famílias recebiam mesadas para permitir que os filhos permanecessem ali.
Jeffrey Epstein, preso nos EUA em 2019 sob acusações de exploração sexual de menores, foi encontrado morto em sua cela em Nova York. O caso oficial foi registrado como suicídio, mas até hoje pairam suspeitas de que ele teria sido silenciado para não revelar nomes poderosos envolvidos em sua rede.

A trajetória de Hytalo Santos, cercado por malas de dinheiro e joias em São Paulo, sugere que ele pode estar lidando com figuras influentes interessadas em manter o caso sob sigilo. Se seguir a mesma rota de Epstein, o desfecho pode ser trágico — um “suicídio” atrás das grades, conveniente para quem teme a exposição.
A Justiça determinou a prisão preventiva de Hytalo após indícios de destruição de provas e intimidação de testemunhas. Ele foi detido junto ao marido, Israel Nata Vicente. No imóvel viviam ainda quatro menores de idade.
As investigações seguem conduzidas pelo Ministério Público da Paraíba, que apura desde dezembro de 2024 crimes ligados à exploração sexual, trabalho infantil e adultização de crianças em vídeos monetizados.
Se Hytalo Santos acabar “suicidado” em sua cela, como Epstein, o recado será claro: a morte de uma peça visível pode ser a melhor forma de proteger os verdadeiros nomes que permanecem ocultos nas sombras do dinheiro e do poder.