
O senador Cleitinho (Republicanos-MG) aparece como favorito na corrida pelo governo de Minas Gerais, segundo pesquisa divulgada nesta segunda-feira (18) pelo instituto Real Time Big Data. O levantamento avaliou cinco cenários distintos para a eleição estadual de 2026 e mostra o parlamentar à frente em todos os quadros em que foi incluído.
O estudo ouviu 1.500 eleitores em 51 cidades entre os dias 11 e 13 de agosto. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.
No primeiro cenário, Cleitinho registrou 42% das intenções de voto, contra 17% do ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD). O vice-governador Mateus Simões (Novo) aparece com 8%, enquanto votos em branco e nulos somam 15% e 18% não souberam ou não responderam.
Na segunda simulação, o senador bolsonarista amplia levemente a vantagem e chega a 43%. Pacheco não foi incluído, e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), aparece empatado com Simões, ambos com 11%. Brancos e nulos somam 16%, e 19% não responderam.
Quando o nome de Cleitinho é retirado da disputa, o quadro muda: Aécio Neves (PSDB) aparece com 22%, tecnicamente empatado com Pacheco, que tem 21%. Simões registra 12%, enquanto 19% optaram por branco ou nulo, e 26% não responderam.
Outros cenários também foram avaliados. Sem Cleitinho, o ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (Republicanos) lidera com 26%, seguido por Pacheco com 19% e Simões com 10%. Já em uma disputa direta entre Pacheco e Simões, o senador leva vantagem com 31% contra 15% do vice-governador. Brancos e nulos somam 20%, e 34% não responderam.
As polêmicas de Cleitinho
Em diversas ocasiões, o senador publicou em suas redes sociais desvios para motoristas fugirem do pagamento de pedágios em estradas de Minas Gerais.
Em um vídeo, ele aparece na BR-040, em Paracatu, ao lado do prefeito do município, Igor Santos (União), e afirma estar criando um “desvio”, porque a rodovia seria do “governo”, enquanto o caminho alternativo seria “particular”. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) classificou a atitude como “infração de trânsito grave”.
Fizemos mais um desvio para não pagar pedágio. Eles acharam que iriam fazer hora com a cara do povo, mas fomos nós que fizemos hora com a cara deles. Primeiro o povo, depois o povo! pic.twitter.com/KBkPKEi4eK
— Cleitinho (@cleitinhotmj) April 17, 2025
Outro episódio de repercussão aconteceu na CPI das Bets. Durante o depoimento da influenciadora Virgínia Fonseca, Cleitinho pediu para gravar um vídeo com a webcelebridade e solicitou que ela mandasse um abraço para sua esposa e filha, arrancando risadas no plenário.
“Inclusive eu vou terminar aqui, você pode mandar um abraço para a minha esposa e para a minha filha?”, disse o senador. Em seguida, elogiou a empresária: “A Virginia é fonte de riqueza. Nós somos fonte de despesa. Nós só trazemos despesa para a população brasileira. A Virginia não, ela traz fonte de riqueza, ela gera emprego”.

Além de suas próprias atitudes, Cleitinho também enfrenta o desgaste gerado pelas investigações que atingem seu irmão, o prefeito de Divinópolis, Gleidson Azevedo.
O gestor é acusado de liberar cerca de R$ 30 milhões em compras superfaturadas para escolas municipais, com sobrepreço estimado em R$ 8 milhões. O caso é apurado pela CPI da Educação da Câmara Municipal, pela Polícia Civil, Ministério Público e Tribunal de Contas de Minas Gerais.
O relatório final da CPI concluiu que Gleidson foi omisso e negligente. Vídeos que viralizaram nas redes sociais reacenderam cobranças sobre o senador, que, durante a campanha de 2020, garantiu que fiscalizaria de perto a gestão do irmão. À época, afirmou: “nascemos da mesma barriga, vote nele que estará votando em mim”. Questionado sobre as denúncias contra Gleidson, Cleitinho minimizou o caso: “NEM UM POUCO”.