Márcio França acusa governo Tarcísio de blindar fraude bilionária: “Debaixo do nariz do secretário”

Atualizado em 18 de agosto de 2025 às 20:13
Márcio França PSB
Márcio França. Foto: Reprodução

O ministro do Empreendedorismo, Microempresa e Empresa de Pequeno Porte, Márcio França, fez duras críticas ao esquema de corrupção bilionário que envolve a rede de farmácias Ultrafarma e auditores da Receita Estadual. Segundo ele, a fraude fiscal se desenvolveu dentro da Secretaria da Fazenda de São Paulo sem que houvesse fiscalização efetiva do governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos).

França afirmou que a suposta criação de “créditos tributários de mentira” desviou bilhões de reais dos cofres públicos e denunciou a proximidade entre o empresário Sidney de Oliveira, dono da Ultrafarma, e aliados políticos de Tarcísio. “É muito dinheiro que fugiu fácil por esse ralo”, escreveu em publicação no X.

Sidney foi preso em São Paulo na última terça-feira (12), acusado de articular o pagamento de até R$ 1 bilhão em propinas a auditores da Receita. O caso, segundo o ministro, “aconteceu nas barbas do secretário da Fazenda Samuel Kinoshita, escolhido e nomeado pelo governador, com indicação de Paulo Guedes”. França ironizou: “Será que ele percebia esse buracão aí na cara dele?”

O ministro também criticou a omissão de Tarcísio, que não se pronunciou publicamente sobre o escândalo desde o início da operação policial. A proximidade de Sidney com o prefeito Ricardo Nunes, aliado do governador, reforçou questionamentos sobre o alcance político do esquema.

Em tom de desconfiança, França sugeriu que a fraude não poderia ter sido conduzida apenas por auditores de nível médio. “Será que para criar esses créditos tributários de mentira não precisou passar por outras pessoas também? Ou será que teve algum empurrãozinho aí?”, disse.

O ex-governador ainda cobrou atuação mais firme do Ministério Público. “Será que ainda vai sair algum peixe grande dessa cartola ou vai sobrar só para os bagrinhos?”, provocou. Para ele, o governo paulista se contradiz ao se apresentar como “técnico” e “blindado da política”, mas permitir que um rombo bilionário se instalasse na própria Secretaria da Fazenda.

A investigação já aponta como peça-chave o supervisor da Diretoria de Fiscalização (DIFIS), Artur Gomes da Silva Neto, servidor de confiança da secretaria. O escândalo representa o maior caso de corrupção descoberto até agora no governo de Tarcísio de Freitas.