Ciro Gomes aposta em baixaria, atrai bolsonaristas, e vai afundar de vez o PSDB

Atualizado em 19 de agosto de 2025 às 9:01
Ciro Gomes discursa durante evento – Foto: Reprodução

A futura entrada de Ciro Gomes no PSDB e seus ataques reiterados ao PT no Ceará revelam uma estratégia clara: disputar o eleitorado bolsonarista que se consolidou no estado nos últimos anos. O movimento, entretanto, levanta dúvidas sobre sua eficácia eleitoral e  o impacto para um partido já fragilizado nacionalmente. Dirigentes tucanos cearenses acreditam que o ex-ministro pode turbinar candidaturas proporcionais, mas os métodos adotados por ele repetem um estilo de confronto que já lhe rendeu derrotas e processos judiciais.

Com ataques de baixo nível contra figuras como Camilo Santana e Janaína Farias, Ciro tenta se projetar como a alternativa da extrema-direita no Ceará. A estratégia aproxima seu discurso do de Jair Bolsonaro, a ponto de aliados locais admitirem que o ex-pedetista se tornou uma espécie de “versão nordestina” do ex-presidente.

No tabuleiro tucano, o risco é ainda maior. Ciro já destruiu pontes com partidos aliados no passado e agora ameaça implodir o PSDB por dentro. O partido, que luta para manter cadeiras na Câmara dos Deputados e superar a cláusula de barreira, pode ver no Ceará tanto um espaço de renovação quanto um campo minado. Se a aposta não se traduzir em votos, a legenda corre o risco de perder ainda mais representatividade.

Para além do cálculo eleitoral, o estilo cada vez mais truculento de Ciro, somado ao desgaste de sucessivas derrotas desde 1998, indica que dificilmente ele encontrará espaço para se eleger novamente a cargos executivos. O resultado é um político suicida, desequilibrado, marcado pela incapacidade de construir alianças duradouras e viáveis.