“Antiamericanismo”: Governo Trump vai negar vistos a estrangeiros que criticam os EUA

Atualizado em 19 de agosto de 2025 às 19:57
Visto dos Estados Unidos
Visto dos Estados Unidos – Reprodução

O governo dos Estados Unidos anunciou nesta terça-feira (19) que o “antiamericanismo” passará a ser usado como critério na análise de pedidos de visto e outros benefícios migratórios. A decisão foi comunicada pela Casa Branca nas redes sociais e confirma a ampliação das checagens feitas pelo Serviço de Cidadania e Imigração (USCIS).

De acordo com a nova diretriz, postagens em redes sociais que contenham críticas consideradas hostis ao país poderão servir de base para a negativa de vistos. O USCIS afirma que “os benefícios dos Estados Unidos não devem ser concedidos àqueles que desprezam o país e promovem ideologias antiamericanas”.

O comunicado também cita a possibilidade de negar solicitações a estrangeiros que tenham apoiado ou divulgado grupos considerados terroristas, incluindo organizações com ideologias antissemitas. Segundo a Casa Branca, a verificação online será expandida para mais tipos de solicitações migratórias.

A medida se soma a outras iniciativas recentes da administração Trump. Há cinco dias, a embaixada dos EUA no Brasil publicou vídeo direcionado a gestantes, informando que não é permitido viajar ao país com o objetivo de garantir cidadania americana a filhos nascidos em território norte-americano.

Viajar para os EUA com o principal objetivo de dar à luz para que seu filho obtenha cidadania americana não é permitido. Oficiais consulares vão negar o seu pedido de visto caso haja indícios de que essa é a sua intenção. pic.twitter.com/ONeIHkvm2s

— Embaixada EUA Brasil (@EmbaixadaEUA) August 14, 2025

Em junho, a Suprema Corte abriu caminho para transformar em lei uma proposta de Trump que limita o direito de cidadania por nascimento. A regra está prevista na 14ª Emenda da Constituição e garante cidadania automática a qualquer pessoa nascida no país, independentemente da situação migratória dos pais.

Os Estados Unidos estão entre cerca de 30 países que aplicam o princípio do jus soli, também reconhecido por Canadá e México. A ofensiva do governo Trump tem impacto direto sobre estrangeiros que buscam viver, trabalhar ou estudar no país, incluindo milhares de brasileiros que anualmente solicitam vistos de residência ou de trabalho.