A aproximação de navios de guerra dos Estados Unidos à costa da Venezuela intensificou a tensão entre os dois países. Três destróieres (USS Gravely, USS Jason Dunham e USS Sampson) equipados com o sistema de combate Aegis, devem chegar nesta quinta (21) ao local.
O presidente Nicolás Maduro reagiu anunciando a mobilização de 4,5 milhões de paramilitares, alegando que o país enfrenta “ameaças” de Washington. Segundo a imprensa americana, a movimentação faz parte de uma ordem emitida em 8 de agosto para o Pentágono atuar contra cartéis de drogas latinos, classificados pelos EUA como organizações terroristas.
A medida abriu espaço para operações em território estrangeiro e águas internacionais, gerando debate sobre sua legalidade. Em paralelo, o governo Donald Trump dobrou para US$ 50 milhões (cerca de R$ 270 milhões) a recompensa por informações que levem à prisão de Maduro, acusado de chefiar o Cartel de los Soles.
Em discurso televisionado, Maduro anunciou um plano especial de mobilização das milícias em todo o território, reforçando o tom de confronto. Ele declarou que a Venezuela está pronta para defender mares, céus e terras contra o que chamou de “ameaça absurda de um império em declínio”.
Enquanto isso, diplomatas brasileiros avaliam que ainda não há resposta concreta na região, mas veem na movimentação americana sinais de preparação para uma possível intervenção. A recompensa oferecida por Trump é interpretada como parte de uma escalada de pressão sobre Caracas.
A CNN informou que mais de 4 mil fuzileiros navais e marinheiros já estão a caminho da América Latina e do Caribe. O contingente integra o Grupo Anfíbio de Prontidão Iwo Jima e a 22ª Unidade Expedicionária de Fuzileiros Navais, reposicionados para a área sob responsabilidade do Comando Sul (Southcom).
Além dos destróieres, a operação inclui um submarino de ataque nuclear, aeronaves de reconhecimento P-8 Poseidon, contratorpedeiros adicionais e um cruzador de mísseis guiados. Fontes ouvidas pela Reuters disseram que as missões devem se estender por meses, com operações em águas e espaço aéreo internacionais.
Veja o trajeto realizado pelos fuzileiros mandados por Trump:
