O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes disse à Reuters que aposta na via diplomática para reverter as sanções impostas contra ele pelo governo de Donald Trump.
Segundo o magistrado, a ofensiva teve origem em uma campanha articulada por aliados de Jair Bolsonaro, incluindo o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que é investigado por ter se mudado para os Estados Unidos em busca de apoio político para o pai junto à Casa Branca.
“A hora que essas informações forem corretamente passadas — e isso vem sendo feito agora, e os dados de forma documentada chegarem às autoridades norte-americanas — eu acredito que não vai nem ser necessário nenhuma ação judicial para reverter. Eu acredito que o próprio Poder Executivo dos Estados Unidos, o presidente, vai reverter”, disse Moraes.
O ministro afirmou ainda que tem conhecimento de divisões internas no governo norte-americano que teriam retardado a implementação das sanções. “Houve uma relutância na Secretaria de Estado e uma grande relutância na Secretaria do Tesouro. Então, a partir disso, com as informações mais corretas, eu acredito que ambos os departamentos vão fazer chegar ao presidente (Donald Trump) com essa finalidade”, declarou.
Um funcionário do Departamento de Estado dos EUA, ouvido pela Reuters sob condição de anonimato, confirmou a resistência de servidores de carreira às medidas contra Moraes.
“O que fizeram com Moraes é completamente, legalmente inapropriado”, disse a fonte. Segundo ele, o próprio Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC), vinculado ao Tesouro, inicialmente rejeitou a proposta de sanção. “Na verdade, o OFAC disse não, que não era apropriado de forma alguma”, acrescentou.