
O governo dos Estados Unidos anunciou o cancelamento dos vistos de entrada de diversas autoridades brasileiras, e entre os nomes estão o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e o ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
A decisão foi comunicada pelo secretário de Estado Marco Rubio, aliado do presidente Donald Trump, que acusou os atingidos de estarem ligados a medidas consideradas como “censura à expressão protegida” em território americano.
Ricardo Lewandowski, que integrou o Supremo Tribunal Federal até 2023 e assumiu o Ministério da Justiça no início de 2024, esteve em votações contrárias a Jair Bolsonaro em julgamentos relevantes. Seu nome aparece em meio a outros oito ministros do STF que também perderam o visto, como Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso e Gilmar Mendes.
Rodrigo Pacheco, por sua vez, foi incluído na lista após ganhar destaque na presidência do Senado, onde barrou repetidas tentativas da base bolsonarista de abrir processos de impeachment contra ministros do Supremo. Esse posicionamento lhe rendeu críticas intensas de aliados de Bolsonaro, mas também consolidou sua imagem de resistência a pressões políticas contra o Judiciário.

A aplicação das sanções se soma a uma série de medidas já adotadas pelo governo Trump contra autoridades brasileiras acusadas de violações de direitos humanos. O bloqueio de vistos amplia a pressão diplomática entre os dois países em um momento de forte tensão política no Brasil.
Além de Lewandowski e Pacheco, os vistos de oito ministros do Supremo foram suspensos, com exceção apenas de Luiz Fux, Nunes Marques e André Mendonça. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, também foi atingido pela medida, assim como integrantes da Polícia Federal, incluindo o diretor-geral Andrei Rodrigues e o delegado Fábio Schor, responsável por investigações contra Jair Bolsonaro.