
O deputado Eduardo Bolsonaro voltou a protagonizar um episódio de submissão política nesta quarta-feira (20). Após a divulgação de áudios apreendidos pela Polícia Federal, nos quais o pastor Silas Malafaia o chama de “babaca” durante conversas com Jair Bolsonaro, ele preferiu se calar diante das críticas e publicou um vídeo em defesa do religioso, demonstrando alinhamento e rebaixamento diante de quem o expôs publicamente.
“Tem circulado uns áudios do pastor Silas Malafaia, vazaram mais uma vez através do ‘Fishing Expedition’. Pegam o celular do Bolsonaro e vazam o que interessa, jogam uma cortina de fumaça para o que realmente importa”, afirmou Eduardo, desviando o foco das mensagens que o colocam em posição desconfortável.
Na sequência, em tom de reverência, declarou: “Pastor, ‘tamo’ junto! O senhor está sofrendo os últimos atos desse regime. É aquela situação do desespero, onde eles não sabem mais o que fazer”.
No vídeo, Eduardo também atacou o Supremo Tribunal Federal e tentou minimizar a gravidade das investigações que envolvem seu pai e aliados. “Moraes e Dino estão tendo um tempo muito ruim com os bancos, sabem que não vão ganhar essa parada, pois não existe cenário de vitória para o STF”, disse, em mais uma tentativa de deslocar o debate do escândalo que o atinge diretamente.
Minha resposta para o @PastorMalafaia pic.twitter.com/1RQTgUepuK
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) August 21, 2025
A publicação ocorreu no mesmo dia em que a PF cumpriu mandado de busca e apreensão contra o pastor no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro. Celulares do pastor foram confiscados por ordem do ministro Alexandre de Moraes, no inquérito que investiga obstrução de Justiça e descumprimento de medidas cautelares por Jair Bolsonaro.
Segundo mensagens apreendidas pela Polícia Federal, o líder religioso era responsável por orientar Jair Bolsonaro sobre como descumprir decisões do Supremo, inclusive sugerindo horários para postagens em redes sociais, proibidas por determinação judicial.
Entre as mensagens recuperadas, consta uma troca de 11 de julho em que Malafaia critica duramente Eduardo Bolsonaro, após a decisão do governo Donald Trump de impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. Apesar de exposto pela fala do pastor, o deputado preferiu ignorar o ataque e reforçar sua fidelidade política ao aliado religioso.