
O relatório da Polícia Federal (PF) revelou que Jair Bolsonaro (PL) escreveu o nome do presidente da Argentina de forma errada em um pedido de asilo político encontrado em seu celular. No texto, em vez de “Javier Gerardo Milei”, o ex-presidente digitou “Miliei”.
O documento foi anexado às investigações da operação Tempus Veritatis, que apura a tentativa de golpe de Estado e os planos de Bolsonaro para fugir do Brasil.
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Segundo a PF, o arquivo foi criado pela nora do ex-presidente, Fernanda Antunes Figueira Bolsonaro, esposa do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
“O criador e último autor do documento remete ao usuário FERNANDA BOLSONARO. Nesse sentido, é possível que o usuário em questão esteja vinculado à pessoa de FERNANDA ANTUNES FIGUEIRA BOLSONARO, nora do ex-Presidente e esposa do Senador FLÁVIO NANTES BOLSONARO”, diz a PF.
Os peritos identificaram que a última modificação ocorreu em 12 de fevereiro de 2024, no mesmo período em que Bolsonaro passou duas noites na embaixada da Hungria, em Brasília, quatro dias após ter o passaporte apreendido.
Para os investigadores, o material mostra que Bolsonaro buscava alternativas de fuga para evitar uma eventual prisão.
O pedido de asilo político estava direcionado a Milei e alegava perseguição no Brasil. “De início, devo dizer que sou, em meu país de origem, perseguido por motivos e por delitos essencialmente políticos. No âmbito de tal perseguição, recentemente, fui alvo de diversas medidas cautelares”, escreveu Bolsonaro.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o ex-presidente preste depoimento até esta sexta-feira (22) e deu 48 horas para que a Procuradoria-Geral da República se manifeste sobre o indiciamento.