Número de militares enviados por Trump à Venezuela é “inigualável”

Atualizado em 21 de agosto de 2025 às 15:49
Donald Trump, presidente dos EUA. Foto: reprodução

O Departamento de Defesa dos Estados Unidos anunciou o envio de um contingente considerado “um número inigualável” de militares para o litoral da Venezuela. A informação foi divulgada na última quarta-feira (20) pelo deputado Carlos Gimenez, membro da Comissão das Forças Armadas do Congresso estadunidense, em publicação na rede social X. A medida faz parte da estratégia do governo Donald Trump para conter a atuação de cartéis de drogas na América do Sul.

“Como membro da Comissão das Forças Armadas do Congresso dos EUA, pude afirmar que destacamos um número inigualável de ativos militares nas costas da Venezuela. Com a melhor tecnologia, seguiremos aumentando nossa presença na região”, escreveu Gimenez.

De acordo com o jornal The Wall Street Journal, o Pentágono determinou o envio de três navios de guerra equipados com mísseis guiados e autorização para interceptar carregamentos ilegais. As embarcações são os destroyers USS Gravely, USS Jason Dunham e USS Sampson.

Segundo o Metrópoles, fontes militares citadas pela imprensa estadunidense afirmam que a operação envolve cerca de 4 mil militares, ainda que a Casa Branca evite confirmar os números.

Durante coletiva, a porta-voz do governo, Karoline Leavitt, reiterou que os Estados Unidos estão prontos para agir contra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, acusado por Washington de liderar o cartel de drogas de Los Soles.

“O presidente Trump tem sido muito claro e consistente. Ele está preparado para usar todos os elementos do poder estadunidense para impedir que as drogas cheguem ao nosso país, e trazer os responsáveis à Justiça. O regime Maduro não é o governo legítimo da Venezuela. É um cartel de narcoterrorismo”, afirmou.

Navio de guerra dos EUA. Foto: reprodução

A pressão contra Maduro se intensificou nas últimas semanas, após Washington aumentar para US$ 50 milhões a recompensa por sua prisão. A estratégia do governo Trump também incluiu a designação formal de grupos ligados ao narcotráfico latino-americano como organizações terroristas estrangeiras, ampliando o escopo de atuação das forças de segurança.

No Senado dos Estados Unidos, a republicana Ashley Moody comemorou a decisão de enviar tropas navais para a região e a aprovação da Lei Halt Fentani, voltada ao combate ao tráfico de drogas sintéticas.

“Esta semana, vimos o presidente Trump mais uma vez tomar medidas ousadas ao enviar navios de guerra americanos para perto da Venezuela para coibir o tráfico de drogas letais na fonte. Os dias de os Estados Unidos fazerem vista grossa ao tráfico de drogas acabaram. Esta lei garante que agentes e promotores federais tenham as ferramentas para responsabilizar os traficantes, assim como fizemos aqui na Flórida”, declarou. Ela acrescentou que o país está “salvando vidas, desmantelando cartéis e tornando as comunidades mais seguras”.

Em resposta, o governo Maduro anunciou a mobilização de mais de 4,5 milhões de milicianos para reforçar a defesa do território. “A acusação de Washington de que a Venezuela está envolvida no narcotráfico revela sua falta de credibilidade e o fracasso de suas políticas na região”, disse o chanceler Yvan Gil.

Para ele, “enquanto Washington ameaça, a Venezuela avança firmemente em paz e soberania, demonstrando que a verdadeira eficácia contra o crime se alcança respeitando a independência dos povos”.

Nicolás Maduro também reagiu de forma dura, classificando as ações de Washington como “ameaças bizarras e absurdas” de “supremacia imperialista”. Segundo o líder venezuelano, a mobilização de milicianos é uma resposta direta às intenções militares dos Estados Unidos e um esforço para demonstrar que o país está preparado para se defender.

Augusto de Sousa
Augusto de Sousa, 31 anos. É formado em jornalismo e atua como repórter do DCM desde de 2023. Andreense, apaixonado por futebol, frequentador assíduo de estádios e tem sempre um trocadilho de qualidade duvidosa na ponta da língua.