
O empresário Sidney Oliveira, dono da Ultrafarma, pode voltar para a prisão após não pagar a fiança de R$ 25 milhões determinada pela Justiça. O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) fez um novo pedido de prisão nesta quinta-feira (21). Oliveira havia sido solto na semana passada, sob a condição de usar tornozeleira eletrônica e quitar o valor.
Na mesma decisão, também foi determinada a soltura de Mario Otávio Gomes, diretor estatutário da Fast Shop, que obteve um habeas corpus na 11ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo, suspendendo a exigência do pagamento da fiança.
Além dos empresários, dois auditores fiscais foram alvos da Operação Ícaro. Artur Gomes da Silva Neto teve a prisão temporária prorrogada, enquanto Marcelo de Almeida Gouveia permanece em prisão preventiva. Segundo o MP, eles comandavam um esquema de fraude em créditos tributários do ICMS.

As investigações apontam que Artur Gomes seria o “cérebro” da fraude, que consistia em acelerar processos de ressarcimento de créditos de ICMS e liberar valores acima do devido em troca de propina. O esquema teria movimentado mais de R$ 1 bilhão desde 2021, com pagamentos por meio de empresas intermediárias, incluindo uma registrada em nome da mãe do auditor.
A Ultrafarma e a Fast Shop aparecem entre as empresas beneficiadas. Em nota, a Ultrafarma afirmou colaborar com a investigação e reforçou que “as informações serão devidamente esclarecidas no decorrer do processo”. A Fast Shop também declarou que coopera integralmente com as autoridades.
Segundo o MP, os investigados poderão responder por corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro. A Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo instaurou processo administrativo para apurar a conduta do auditor e pediu acesso às informações da investigação.